Segurança das empresas passa pela sustentabilidade
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A adoção de práticas sustentáveis por parte das empresas é cada vez mais uma obrigatoriedade e o objetivo é acelerar o caminho para que as metas sejam cumpridas e todos os agentes económicos percebam que o investimento de curto prazo se vai revelar muito proveitoso no futuro. Tópicos a discutir em nova reunião do Conselho de Segurança
A sustentabilidade não é só a diferença entre ter um mundo saudável e não acautelar o futuro do planeta, mas é também uma questão de sobrevivência para as empresas. Sim, leu bem. Porque por mais custoso financeiramente que pareça implementar todas as recomendações e práticas sustentáveis, o outro lado da moeda é o modelo de negócio não resistir perante a nova realidade.
Claro que os desafios são grandes e a transição climática no campo empresarial, apesar de ser peça fundamental, tem velocidades diferentes consoante o sector ou a dimensão do negócio. “A sociedade está cada vez mais informada e sensibilizada para a questão da sustentabilidade, portanto está cada vez mais exigente nas suas escolhas incluindo as que implicam os seus investimentos, aumentando assim a procura neste tipo de produtos, o que tem um efeito positivo na criação e aumento da oferta de investimentos sustentáveis”, acrescenta Teresa Brantuas, CEO Allianz Portugal, para quem se verifica uma mudança de mentalidade com a tendência a passar por “uma preocupação cada vez maior com a criação de valor para os acionistas e sociedade em geral e não apenas na geração de lucros ou crescimento por si só”.
Alterações na abordagem à sustentabilidade que serão o foco de nova reunião do Conselho de Segurança, projeto que para este tema junta Expresso e Allianz Portugal na lógica de perceber o que está em jogo. “Com a probabilidade de recessão, as empresas enfrentam incertezas macroeconómicas que ameaçam as perspetivas de lucro e podem mesmo alterar os modelos de negócio”, aponta a presidente da Sair da Casca, Nathalie Ballan, com a certeza que, “as empresas que se concentram na sustentabilidade a longo prazo estarão mais bem equipadas para encontrar os seus cenários de resiliência”.
"Na Europa, as grandes empresas já estão muito sensibilizadas para a necessidade de urgência em integrar os objetivos de sustentabilidade nas suas agendas e os resultados já se estão a observar", acredita Teresa Brantuas.
Na opinião de Margarida Couto, “os desafios são enormes pois esta jornada implica que as empresas mudem comportamentos e se dotem de recursos, de conhecimento e de métricas de que atualmente muitas não dispõem”, e a presidente da GRACE alerta mesmo que “os incentivos estão a ser montados no sentido de o acesso ao investimento por parte de empresas que não mostrem estar a avançar de forma acelerada na jornada de sustentabilidade se tornar cada vez mais difícil ou mesmo impossível”.
“Tem vindo a ser reforçado nos vários estudos realizados que a velocidade a que a transição energética está a acontecer não é suficiente, e que esta é a década da ação”, lembra Ana Cláudia Coelho, partner responsável pela área de Sustentabilidade e Alterações Climáticas da PwC Portugal, pelo que “iremos assistir a uma cada vez maior integração destes temas nas organizações, com a nova legislação sobre o reporte de sustentabilidade a obrigar as empresas a analisar o seu desempenho e definir e comunicar uma estratégia de transição com metas e ações concretas”.
36%
das empresas portuguesas não estão familiarizadas com o Pacto Ecológico Europeu, segundo um estudo da PwC
Saiba tudo sobre a nova reunião do Conselho de Segurança.
Conselho de Segurança: Sustentabilidade
O que é?
Em 2022, o Expresso - em conjunto com Continente, Galp, Altice, Allianz, MGLTS e ACIN - lançou um projeto para avaliar a nossa segurança em várias vertentes. Ao longo dos próximos meses queremos construir um Conselho de Segurança, lançando debates, promovendo temas, reunindo stakeholders e influenciando políticas públicas.
Quando, onde e a que horas?
Terça-feira, 4 de abril, no edifício da Impresa, a partir das 11h.
Quem são os oradores?
Ana Cláudia Coelho, partner responsável pela área de Sustentabilidade e Alterações Climáticas, PwC Portugal
Cristina Casalinho, diretora executiva de Sustentabilidade, BPI
Margarida Couto, presidente, GRACE
Nathalie Ballan, presidente, Sair da Casca
Teresa Brantuas, CEO, Allianz Portugal
Porque é que este tema é importante?
Porque a segurança na sustentabilidade vai direto ao âmago da nossa existência enquanto espécie e planeta e influencia a forma como os negócios se podem posicionar no futuro: ou fazem parte de uma nova realidade em que a transição climática está integrada no ADN ou continuam a apostar em modelos de negócio cada vez mais obsoletos e cujo resultado pode ser o final das empresas não fazer parte da solução. A resposta parece fácil mas exige um compromisso que envolve desafios e precisa de incentivos.
"Alterações Climáticas e a Segurança Alimentar. Quais os impactos previstos? A fraude alimentar tem vindo a crescer em Portugal?" foi o tema do debate que juntou Filipa Vasconcelos e Filipe Duarte Santos
A Somália é um dos países mais afetados pelas crises globais. Mais de seis milhões enfrentam insegurança alimentar e cerca de 513 mil crianças estão em risco de morte por causa da fome
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