"A tecnologia tem que tomar uma ação maior dentro das infraestruturas"
José Alegria abriu o terceiro debate do Conselho de Segurança, desta vez dedicado ao tópico da cibersegurança
Nuno Fox
José Alegria abriu o terceiro debate do Conselho de Segurança, desta vez dedicado ao tópico da cibersegurança
Nuno Fox
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A cibersegurança e os riscos acrescidos que empresas e instituições governamentais enfrentam estiveram em destaque na mais recente reunião do Conselho de Segurança, que teve lugar no edifício da Impresa
O perigo digital paira cada vez mais sobre o tecido económico e no ambiente geopolítico, com impacto visível no quotidiano e na gestão empresarial e governativa. Num ambiente de grande instabilidade, a cibersegurança é um fator-chave e cabe às instituições preparam-se para enfrentar as ameaças crescentes e não colocar em risco o seu negócio.
Mas a responsabilidade não se fica apenas pelos organismos privados e públicos. Os especialistas que se reuniram para mais um debate do Conselho de Segurança - projeto que para o tópico da cibersegurança junta o Expresso à Altice - garantem que tem que haver uma aposta forte na consciencialização dos utilizadores para que os seus dados pessoais não sejam comprometidos, e para que se mantenham sempre atualizados perante os novos desafios.
Um panorama desafiante que esteve em discussão num evento moderado por Martim Guimarães Silva, diretor adjunto do Expresso, e que contou com a participação de José Alegria, chief information security officer da Altice Portugal; Pedro Batista, diretor regional das Comunicações e Transição Digital do Governo Regional dos Açores; Miguel Rodrigues, diretor de Sistemas de Informação da Asseco; Rui Duro, country manager da Checkpoint; Paulo Pinto, business development manager (Cloud & OT) da Fortinet; Paulo Vieira, country manager da Palo Alto; e Mário Casas, regional sales manager da Zscaler.
Conheça as principais conclusões do debate.
Risco acrescido
Os ciberataques aumentarem de número e escala nos últimos dois anos.
Pandemia, aumento do teletrabalho, guerra na Ucrânia e maior integração dos sistemas digitais estão entre os principais fatores.
“Governança, prevenção, proteção, deteção e resposta, e recuperabilidade” são os principais pontos de análise para as empresas e insituições públicas, refere José Alegria.
Falta de recursos humanos
Há poucas pessoas formadas e com experiência no ramo para as necessidades da cibersegurança, garantem os intervenientes.
Aponta Paulo Vieira que “há um défice de pessoas a trabalhar na área, andamos a reciclar recursos humanos”.
É necessário apostar mais na formação de recursos humanos que percebam a dimensão do problema e saibam tomar medidas eficazes de proteção.
Consciencialização
"Desconhecimento e falta de informação" estão entre os principais aliados do cibercrime, sintetiza Rui Duro.
Os responsáveis empresariais e públicos acreditam que é necessário consciencializar de forma mais clara os utilizadores digitais para que estes percebam os cuidados que podem tomar.
“Deve ser um dos assuntos principais nas empresas e na sociedade”, lembra Mario Casas.
Investimento
"A tecnologia tem que tomar uma ação maior dentro das infraestruturas", afirma Paulo Vieira.
O investimento em Portugal neste campo ainda é reduzido e deve ser aumentado para que os resultados melhorem.
Para Pedro Batista, são “precisos muitos recursos para nos defendermos”.