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A alimentação no olho do furacão

A difícil situação global e a junção entre pandemia, conflitos e alterações climáticas colocam a alimentação global sob uma enorme pressão, que exige ações decisivas, como os participantes na reunião do Conselho de Segurança sobre Segurança Alimentar revelaram, num projeto que para este tópico junta Expresso e Continente

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A segurança alimentar global está em risco, e não será exagero dizer que vivemos, atualmente, uma situação de grande pressão com consequências ainda difíceis de apurar. "A fraude alimentar não para nas fronteiras", alerta Filipa Vasconcelos, sub-inspetora geral da ASAE.

A responsável foi uma das participantes na mais recente reunião do Conselho de Segurança, projeto que para o tópico da segurança alimentar juntou Expresso e Continente, num debate que decorreu esta tarde no edifício da Impresa.

Adaptar os sistemas de produção e abastecimento alimentar dentro dum panorama de grande disrupção, e mudanças aparentemente profundas, esteve em destaque na conferência moderada pelo diretor adjunto do Expresso, Martim Silva, e que contou também com Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores Continente e diretora da Qualidade & Investigação da MC Sonae; Maros Ivanic, economista agrícola no departamento de Agricultura dos EUA; Ana Paula Cruz, subdiretora geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária; Filipe Duarte Santos, investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; e Pedro Fevereiro, diretor executivo e investigador no InnovPlantProtect.

Conheça as principais conclusões do evento.

Disrupção na produção

  • “A área disponível para produzir [na Europa] é limitada. Por isso, a única forma que temos é aumentar a produtividade por hectare”, garante Ana Paula Cruz.
  • A dificuldade torna-se ainda mais evidente quando os problemas nas cadeias de abastecimento colocam a nu a falta de eficiência na produção de vários países europeus.
  • Podemos esperar por isso, sem efeitos imediatos de potenciais medidas, uma “redução nos rendimentos dos agricultores na União Europeia”, aponta Maros Ivanic.

Mudanças climáticas

  • 2022 foi um ano com grande incidência de fenómenos climáticos extremos e a tendência é para estes se agravarem.
  • “Este ano houve muitos fenómenos estranhos”, resume Filipe Duarte Santos.
  • Áreas geográficas como a “região do Corno de África” vivem “uma situação muito grave”, acrescenta.

Vulnerabilidades

  • Vivemos uma "tempestade perfeita para que a vulnerabilidade aconteça, acredita Filipa Vasconcelos.
  • Ainda assim há “várias barreiras de controlo”, defende Ondina Afonso, além de autoridades competentes capazes de travar os riscos.
  • É o caso dos “testes ADN para saber se recebemos produtos com fraude”.

Aposta na inovação

  • “Portugal podia fazer mais, no campo dos recursos hídricos”, aponta Filipe Duarte Santos. “A dessalinização”, por exemplo, ”é inevitável".
  • “Temos que inverter o paradigma, a não ser que queiramos depender por de terceiros”, diz Pedro Fevereiro.
  • Diminuir as barreiras à introdução da inovação na agricultura, a juntar aos incentivos à agricultura verde, deve ser visto como essencial para cumprir as metas estruturais da Comissão Europeia.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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