Marcelo cético sobre remodelação: "Se funcionar é uma boa ideia, se não funcionar tiraremos daí as conclusões"
TIAGO PETINGA/Lusa
Presidente vincou várias vezes que a escolha de “mexer o mínimo” é de António Costa e avisou: o resultado bom ou mau cairá em cima do primeiro-ministro
“Vamos ver”, repetiu Marcelo Rebelo de Sousa várias vezes à chegada a Lisboa. Vindo do Brasil, onde já tinha feito um primeiro comentário à remodelação, o Presidente falou no aeroporto para reforçar várias vezes que “mexer o mínimo possível” e “com a prata da casa” foi uma escolha do primeiro-ministro, mostrando o seu ceticismo sobre as mudanças no Governo.
“Se funcionar é uma boa ideia, se não funcionar tiraremos daí as conclusões”, como que ameaçou Marcelo, que mais adiante reforçou: “Cabe ao primeiro-ministro escolher o caminho: ou escolhe o caminho de aproveitar uma situação destas para inovar ou para continuar e mexer o mínimo possível. Escolheu a segunda via, é o primeiro-ministro a escolher e, conforme os resultados – ou será um sucesso ou não será – isso cairá em cima do primeiro-ministro.”
O Presidente que, na semana passada, abriu a porta a mais saídas do Governo para ultrapassar “vícios” iniciais, claramente não ficou satisfeito com as mudanças escolhidas por António Costa e não se coibiu de fazer referência à proximidade entre João Galamba, que fica com as Infraestruturas e o ministro demissionário, Pedro Nuno Santos.
A posse dos novos ministros está marcada para esta quarta-feira às 18h.
“A explicação é de que é o que mexe menos daquilo que existia no Governo. Mexe menos por um lado ao seguir as mesmas políticas: a secretária de Estado porque já conhece o dossier; o antigo secretário de Estado que conhece bem o seu antecessor. O critério é fazer com a prata da casa para não mexer muito com o que existe”, começou por comentar Marcelo, que não se quis pronunciar sobre os apelos da oposição, como o PSD, para que também Fernando Medina saia do Governo.
“Não me vou pronunciar”, respondeu, lembrando ainda que o “Presidente da República só não aceita nomes propostos pelo primeiro-ministro se houver objeções de fundo legais, jurídicas, constitucionais”.
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