Enquanto António Costa falava, justificando as escolhas para o Governo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estava reunido com Lula da Silva, no Palácio do Itamaraty, a sede dos Negócios Exteriores, em Brasília. Mas isso não impediu Marcelo de comentar Costa e de deixar já o aviso de que espera que a criação do Ministério da Habitação tenha consequências.
“Quando o primeiro-ministro falou eu estava aqui e, além disso, não vou comentar as palavras do primeiro-ministro. Mas penso que o primeiro-ministro terá dito que a divisão em dois ministérios era óbvia: dar mais importância à habitação. A habitação é um problema social grave em Portugal, e haver um ministério para a habitação autónomo é uma abertura de caminho que, espero, venha a ter consequências”, disse Marcelo aos jornalistas que o tinham questionado sobre o que se passava em Portugal.
“Segundo, terá dito que a opção correspondia mais à continuidade da política administrativa e, portanto, à preocupação de não criar ruídos políticos e administrativos”, continuou, com o ministro dos Negócios Estrangeiros atrás de si e sem qualquer referência à máxima tantas vezes usada de que não fala de assuntos nacionais quando está fora do país.
O Presidente anunciou também a posse dos novos ministros: quarta-feira, dia 4, às 18h. E, ainda no que diz respeito a agenda, anunciou a visita do Presidente brasileiro a Portugal entre 22 e 25 de abril. Uma visita que servirá para “assinalar a fraternidade brasileira”, entregar o Prémio Camões a “vários premiados que estavam à espera”, entre os quais Chico Buarque e para uma Cimeira Luso-Brasileira entre Costa e Lula.
O encontro entre os dois chefes de Estado foi breve. “Com a família é assim - pelo menos comigo e com o Presidente Lula é assim: não precisamos de muito tempo”, justificou Marcelo que enumerou os assuntos tratados: visita a Portugal, cooperação económico-empresarial, relações União Europeia - Mercosul e um “relance” para a posição do Brasil nas organizações internacionais
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