Eduardo Madeira: “Todas as piadas são válidas, mas é mais corajoso fazer piadas para bispos, presidentes, diretores, dirigidas para cima”
É um dos mais relevantes nomes do humor português. Um dos talentos é conseguir imitar de forma extraordinária as mais variadas figuras públicas. Quem não se lembra das suas geniais imitações de Jorge Jesus, de Markl, do chef Ljubomir, de Herman José ou do busto do CR7? Nestes mais de 20 anos, Eduardo Madeira escreveu e interpretou inúmeras peças de teatro, filmes, solos de “stand up comedy” e programas de televisão e rádio. “À medida que os anos avançam vejo-me mais como ator e escritor do que como humorista. Um dia vou olhar ao espelho e achar que já não tenho piada.” Ouçam-no no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com Bernardo Mendonça
Este episódio começa com o ator e autor Eduardo Madeira a recordar o momento em que estava de férias na Carrapateira e recebe uma chamada telefónica do Uruguai e, do outro lado da linha, ouve a voz do ator Albano Jerónimo [que estaria a filmar a série "El Presidente - Jogo da Corrupção”] a convidá-lo para interpretar um bobo subversivo, cáustico, trágico-cómico na peça “Orlando”, com texto de Cláudia Lucas Chéu (a partir de Orlando de Virgínia Woolf) e encenação do próprio Albano. Minutos depois, para dar um cheirinho do que foi representar este bobo, feito de drama e comédia, Eduardo Madeira pega na sua guitarra e começa a tocar e interpretar um breve trecho da peça, que podem ouvir neste podcast. Imperdível.
Nesta conversa, Eduardo Madeira recorda como da Faculdade de Direito guinou para outro lado e começou por escrever guiões de humor nas Produções Fictícias, estreando-se logo com textos para Herman José. O bordão “Onde é que estavas no 25 de Abril”, que Herman José tanto repetiu para parodiar Baptista Bastos [na versão Artista Bastos], é da sua autoria.
E, desde aí, tornou-se um dos mais incontornáveis nomes do humor português. E com uma capacidade fora de série para imitar pessoas. Aqui assume ser um repentista. E explica como foi chegando aos trejeitos de algumas personagens bem conhecidas de toda a gente.
Nestes mais de 20 anos, Eduardo Madeira fez um pouco de tudo, já escreveu e interpretou inúmeras peças de teatro, filmes, solos de “stand up comedy” e programas de televisão e rádio. Já foi uma espécie de “rock star” no grupo satírico “Cebola Mole”, com Filipe Homem Fonseca, e escreveu também para diversos jornais, editou dois discos e cinco livros. Chamou ao último, “O Infame Dicionário Cómico da Língua Portuguesa”, uma espécie de dicionário satírico alternativo da nossa língua. Anda agora pelo país com o espetáculo de Stand Up “Eduardo Madeira ao vivo” e está a escrever novos projetos para os palcos e para a televisão.
Apaixonado por mar, surf, jazz, livros, aventura e boa comida, conta como o amor o fez ultrapassar a fase pior da sua vida e que tem como grande objetivo ser melhor pessoa, a cada dia. “Se tiveres a filosofia certa de vida, és cada vez melhor pessoa à medida que te aproximas do fim. A minha luta é tornar-me melhor artista e melhor pessoa.”
Mas há muito mais para descobrir e escutar neste episódio, como os dois poemas que Eduardo Madeira escolhe para ler - e declara-se um amante de poesia - e as músicas que lança para ouvirmos.
Como sabem, o genérico é uma criação original da Joana Espadinha, com mistura de João Firmino (vocalista dos Cassete Pirata). Os retratos desta vez são da autoria de Nuno Fox. E a edição áudio deste podcast é do João Luís Amorim.
Voltamos para a semana, com mais uma pessoa convidada. Até lá escrevam-nos, comentem, ativem as notificações, partilhem, classifiquem o podcast e, já sabem, pratiquem a empatia e boas conversas!
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