A crescente pressão para a desistência de Biden: 13 momentos que marcaram as últimas três semanas
As dificuldades começaram a aumentar para Joe Biden desde a prestação no debate com Donald Trump
Justin Sullivan
Entre gafes, pedidos de afastamento ou garantias de plenas capacidades, o cerco ao Presidente dos Estados Unidos acabou por se apertar ao longo dos últimos dias – muitas vezes com o contributo dos próprios democratas. O Expresso preparou uma cronologia que reúne os acontecimentos mais relevantes
Desde o debate no final de junho com Donald Trump, em que não conseguiu atingir a prestação que desejava, a vida de Joe Biden não tem sido fácil. Os pedidos para que pondere ou mesmo desista da candidatura às eleições norte-americanas de 5 de novembro tornaram-se insistentes, abrangendo tanto angariadores de fundos como meios de comunicação social e os próprios democratas. Pelo caminho, o Presidente de 81 anos foi repetindo a vontade e a competência para continuar.
No rescaldo do debate, dois pesos pesados do Partido Democrata saíram em defesa do Presidente. Hillary Clinton, derrotada por Trump em 2016, escreveu na rede social X que a escolha é “muito simples”: entre “alguém que se preocupa convosco” e “alguém que só está nisto por si mesmo”. O antigo Presidente Barack Obama relembrou, na mesma rede social, que “más noites de debate acontecem”.
Num editorial, o “The New York Times” apela a que o candidato democrata abandone a corrida. O diário norte-americano refere que, apesar de ter sido “um presidente admirável”, Biden “falhou no próprio teste”, surgindo no debate como “a sombra de um grande servidor público”. No mesmo dia, o “The Washington Post” enumera “dez opções” para uma possível substituição.
Ao longo dos últimos dias, foram vários os democratas a duvidar da capacidade de Biden derrotar Trump. O “The Washington Post” contabilizou um total de 30 no Congresso – incluindo quatro independentes que se juntam aos democratas – a defenderem explicitamente a desistência. Lloyd Doggett foi o primeiro, logo a 2 de julho.
A antiga presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, alerta que o tempo está a chegar ao fim. “Cabe ao Presidente decidir se vai concorrer. Estamos todos a encorajá-lo a tomar essa decisão, porque o tempo está a esgotar-se. Ele é amado, é respeitado e as pessoas querem que ele tome essa decisão”, afirmou numa entrevista televisiva.
Durante uma cerimónia de assinatura de um acordo de segurança entre a NATO e a Ucrânia, no último dia da cimeira da Aliança Atlântica, Biden enganou-se ao apresentar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamando-lhe “Presidente Putin”. Apercebeu-se logo do lapso e corrigiu: “Vamos derrotar o Presidente Putin”. Na mesma noite, cometeu mais uma gafe, ao confundir a vice-presidente Kamala Harris com Donald Trump numa resposta em conferência de imprensa.
Num comício em Detroit, Biden assegura que não desiste. “Vou candidatar-me e vamos ganhar. Sou o candidato do Partido Democrata. O único democrata ou republicano que já derrotou Donald Trump. E vou vencê-lo outra vez. Eu conheço-o. Donald Trump é um falhado”, declarou.
As preocupações com o estado de saúde de Biden não são novas, mas a equipa médica tem garantido que o Presidente é um homem saudável. Biden admite, numa entrevista televisiva na quarta-feira, que ponderaria desistir no caso de surgir um “problema de saúde”. No mesmo dia em que foi divulgada a entrevista, apresenta “sintomas ligeiros” e é diagnosticado com covid-19, ficando em isolamento em Delaware.
11.
18 de julho
Desta vez, Nancy Pelosi diz a Biden, numa conversa privada, que as sondagens mostram que não pode derrotar Trump e que o atual Presidente pode destruir as hipóteses de vitória dos democratas em novembro se continuar a tentar um segundo mandato, revelaram quatro fontes à CNN. Biden não gostou.