Economia circular. O conceito que as empresas não podem perder de vista no seu caminho para a sustentabilidade

Acelerador de Sustentabilidade: Economia circular

Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:

• A 11 de março de 2020, a CE aprovou um novo Plano de Ação para a Economia Circular, com iniciativas ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos. “Este plano define qual deverá ser o caminho por parte das empresas”, explica Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics;

• Algumas estratégias que podem levar à implementação da economia circular são, por exemplo: compras verdes, sensibilizar os consumidores e fomentar o trabalho conjunto entre as empresas (ex: o que é um subproduto de uma empresa, pode ser matéria-prima para outra);

• De recordar que a Hierarquia de Gestão de Resíduos dá prioridade máxima à prevenção de resíduos e que o envio dos mesmos para aterros deve ser o último recurso. Além disso, em 2035, o aterro deixará de ser uma opção para as empresas;

• A reciclagem é uma forma de reutilizar os resíduos, embora tenha as suas limitações: o plástico pode ser reciclado de 7 a 9 vezes, o papel entre 4 a 6 vezes, enquanto que o vidro, o aço e o alumínio podem ser reciclados infinitamente;

• As empresas devem, em primeiro lugar, reduzir os seus resíduos, de seguida devem reutilizá-los e, só depois, proceder à sua reciclagem;

• “O resíduo tem um valor associado que deve ser aproveitado e não descartado”, sublinha Luis Veiga Martins;

• A aposta numa Economia Circular constitui uma oportunidade económica para as empresas;

• “Os consumidores aderem crescentemente a modelos e produtos circulares”, reforça Hermano Rodrigues, Principal da EY Parthenon, o que representa mais um motivo para as empresas rumarem neste sentido;

• Portugal tem bons exemplos: os sectores do agroalimentar, madeira e têxtil já têm empresas que apostam - há muitos anos - em modelos de negócio assentes numa economia circular;

• Não obstante, Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer. Países nórdicos, Holanda, Reino Unido ou França são alguns dos países mais avançados no que à democratização da economia circular diz respeito;

• Relativamente a este tema existem apoios públicos no valor de €40 mil milhões de fundos públicos até 2030, provenientes de: PRR (€150 milhões), Innovation Fund (€38 mil milhões até 2030), Portugal 2030 (€635 milhões até 2023), Fundo Ambiental (já não tem concursos abertos, mas os que existiram estiveram muito focados na reutilização) e EEA granas Portugal;

• “As empresas são o motor para se atingirem todos os objetivos de sustentabilidade - isso exige um investimento muito grande - e a banca tem aqui um papel importante”, lembra Cláudia Almeida, Diretora Executiva do BP;

• Soluções apresentadas pelo BPI: Linha BPI/ESG Empresas, Linha BPI/PRR; Linha BEI/Eficiência Energética e Linha de Descarbonizarão e Economia Circular;

• “Segundo os dados do The World Economic Forum, se nós empilhássemos os resíduos elétricos e eletrónicos produzidos anualmente, produziríamos 4.5 Torres Eiffel”, conta Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i;

• Exemplo de empresa assente em economia circular: A Num Urban Farm é um projeto da Delta Cafés, uma start up de recolha controlada e certificada de borra de café e da sua posterior utilização para a produção sustentável de cogumelos ostra;

• Outro exemplo é a Valorpneu e a Genan, que criaram um programa de inovação NextLap, com novas aplicações para os materiais resultantes do processo de reciclagem dos pneus em fim de vida;

• A CM de Famalicão criou, também, um programa designado de Famalicão Made IN, para exponencial a performance económica do concelho, uma vez que é o terceiro município português que mais exporta;

• “O consumidor informado é relevante e essencial nesta mudança de paradigma”, conclui Ana Costa.