Acelerador de Sustentabilidade
Ao todo, no âmbito deste projeto, vão realizar-se 6 sessões de formação, uma por mês. Cada uma destas sessões e guias terá um tema diferente, sendo que a primeira de todas se centrou na problemática da descarbonização (clique AQUI para rever a sessão), a segunda nas energias renováveis (clique AQUI para rever a sessão), a terceira no turismo sustentável (clique AQUI para rever a sessão) e, a quarta, sobre agricultura sustentável.
Mas por que motivo pensar uma nova agricultura adaptada às novas necessidades é tão importante para garantir um futuro mais sustentável?
Porque se estima que em 2050 a população mundial chegue aos 9.7 biliões de pessoas e é preciso perceber como se pode alimentar toda a gente da forma mais eficiente possível. Além disso, os dados dizem-nos, segundo a ONU, que o mundo produz cerca de 4 mil milhões de toneladas de alimentos por ano, sendo que 1.3 mil milhões de toneladas são desperdiçadas. É, por isso, importante saber como se vai conseguir um aumento de produção, de forma sustentável, num cenário onde as alterações climáticas persistem.
A sessão sobre turismo sustentável foi orientada pelos seguintes formadores:
- Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics
- João Machado Fernandes, Manager da EY
- Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i
- Cláudia Almeida, Diretora Executiva do BPI
Acelerador de Sustentabilidade: Agricultura Sustentável
Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:
- Os grandes desafios da agricultura sustentável são: o aumento da população global, as alterações climáticas e a sustentabilidade;
- “Existe um conjunto de estratégias para os desafios ligados à agricultura: a estratégia de biodiversidade e da estratégia ”do prado ao prato", recorda Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics;
- Algumas estratégias até 2030 no campo da biodiversidade: Meta de 10% da paisagem de alta diversidade em áreas agrícolas, com plantação de 3 biliões de árvores e redução de pesticidas em 50%. Restaurar ecossistemas degradados (terra e mar) na Europa;
- Uma das metas no âmbito “do prado ao prato" centra-se em que 25% das áreas agrícolas na Europa se dediquem à agricultura biológica;
- As alterações climáticas são um grande desafio para a agricultura sustentável: hoje em dia, a janela de plantação, por exemplo, é menor e as vindimas já se fazem antes do que é habitual. O desafio da água é também um dos principais, assim como o uso intensivo da terra e a falta de território para produzir mais;
- A provisão de produtos agrícolas a longo prazo implica uma agricultura diversificada e regenerativa, que não comprometa a sua exploração e degradação de recursos naturais como o solo, a água, os ecossistemas e a biodiversidade;
- “Um exemplo clássico da sobreexploração da agricultura nos ecossistemas é o declínio das comunidades polinizadoras”, alerta João Machado Fernandes, Manager da EY;
- De recordar que os polinizadores são essenciais para o funcionamento dos ecossistemas e aprovisionamento de cerca de 35% da produção global;
- Formar e disseminar conhecimento é muito importante para alavancar o equilíbrio dos ecossistemas agrícolas e para suportar práticas de forma sustentada. “Só com estas sinergias atingimos uma agricultura sustentável”, reforça João Machado Fernandes;
- As empresas devem ter consciência dos impactos das suas operações diretas e indiretas ao nível da pegada de carbono, pegada hídrica, entre outros, assim como os impactos a nível social;
- Há cerca de €4.4 mil milhões de apoios públicos destinados à agricultura e que são provenientes do PRR (€994 milhões), do PDR 2020 (está praticamente a terminar, mas vão ser reforçados os fundos para a instalação de painéis fotovoltaicos), do Portugal 2030 (direccionados para a descarbonização da agricultura) e do PEPAC (€6.8 mil milhões estão direccionados à agriculturas e destes €2.6 mil milhões estão relacionados com a sustentabilidade);
- “O motor do desafio da sustentabilidade vão ter que ser as empresas e os agricultores em geral”, lembra Cláudia Almeida, Diretora Executiva do BPI;
- As soluções do BPI para esta área são: Linha BPI/ESG Empresas, Linha BPI/PRR, Linha BPI/PDR 2020, Linha BPI/FEI Agricultura, Linha BEI/Eficiência Energética, Protocolo BPI/CAP e Linha Tesouraria Setor Agrícola;
- “Em Portugal, cerca de 11% desta indústria é responsável pela emissão de gases de efeito de estufa”, sublinha Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i;
- O sector da agricultura, em geral, tem consciência da necessidade de alteração dos seus produtos e processos para mitigar o impacto ambiental;
- Cooperação é mais uma vez a palavra-chave e, neste sector, há muitas empresas que recorrem à investigação, à academia, e a incorporam internamente como uma mais valia;
- Hoje, verifica-se uma maior comunicação entre os diferentes departamentos da indústria agrícola na procura de soluções inovadoras;
- A Fundação Terra Agora tem como missão combinar a conservação e a gestão das paisagens naturais com projetos e comunidades locais onde as pessoas atuam como guardiões;
- A produção de carne é um dos grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito de estufa. Não obstante, a preocupação pelo impacto ambiental é cada vez mais transversal às grandes marcas e em vários sectores, da restauração à cosmética;
- A reflorestação deve ser feita de forma pensada e estruturada e a governance deve atuar e supervisionar, tendo em conta que, em Portugal, muitas das emissões estão também associadas aos incêndios.
O próximo workshop será sobre economia circular. Fica apenas a faltar um último tema - imobiliário mais sustentável - que será abordado na última sessão.
O Acelerador de Sustentabilidade é uma iniciativa que consiste na realização de sessões de formação (workshops online) onde se apresentam estratégias, conselhos e passos para descarbonizar e ter um negócio sustentável, dentro daquilo que são os objetivos europeus e mundiais.
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