Acelerador de Sustentabilidade
Ao todo, no âmbito deste projeto, vão realizar-se 6 sessões de formação, uma por mês. Cada uma destas sessões e guias terá um tema diferente, sendo que a primeira de todas se centrou na problemática da descarbonização (clique AQUI para rever a sessão) e a segunda nas energias renováveis.
Mas por que razão esta temática das energias renováveis é tão importante para as empresas?
Além de contribuir para a descarbonização, quando instala uma tecnologia renovável reduz a sua fatura, porque passa a consumir a energia que produz em vez de a comprar à rede. Além disso, se produzir a mais, ainda pode vender o excedente à rede.
Em Portugal, 34% do consumo de energia final já é verde, o que nos coloca no lote dos países mais avançados em termos de incorporação de renováveis. Mas ainda não chega, e as empresas têm um papel crucial nesse processo.
A sessão sobre energias renováveis foi orientada pelos seguintes formadores:
- Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics
- Manuel Mota, Partner, Energy, Sustainability Services da EY
- Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i
- Cláudia Almeida, Diretora Executiva do BPI
Acelerador de Sustentabilidade: Energias Renováveis
Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:
- “As energias renováveis são um contributo muito grande para o objetivo da descarbonização e de sermos neutros em carbono até 2050”, lembra Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics;
- Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a agenda 2030 definem as prioridades e aspirações de desenvolvimento global para 2030. O objetivo 7 é dedicado às energias renováveis;
- Na Europa, a produção e utilização de energia representam mais de 75% das emissões de gases com efeito de estufa e o consumo de energia representa cerca de 83% das emissões de CO2;
- As principais áreas com emissão de carbono são: energia, edifícios, indústria, agricultura, floresta, mobilidade e resíduos;
- São 7 os tipos de energias renováveis: solar, eólica, biomassa, hidrogénio, geotérmica, maremotriz (energia das marés) e, por fim, hidráulica. Portugal tem apenas 5 destas energias, estando em falta hidrogénio e energia das marés;
- A Europa atingiu, em 2020, um consumo de 22% de energias renováveis. Portugal atingiu os 34%, o que representa um bom desempenho, sendo que o objetivo próximo é chegar aos 47%;
- O Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), define que, em 2030, devemos ter 80% de fontes de energia renovável para a produção de eletricidade. No início deste ano, Portugal conseguiu alcançar os 60% e “fomos um dos quatro países da Europa a alcançar este objetivo”, explica Luis Veiga Martins;
- “As empresas devem identificar, no âmbito da sua atividade direta, que tipo de energias estão a utilizar, se é uma energia verde ou se é não verde”, aconselha Manuel Mota, Partner, Energy, Sustainability Services da EY;
- Principais desafios das empresas: Quantificar as emissões de Gases Efeitos de Estufa (GEE) e, depois, compreender a cadeia de valor e as origens das suas emissões de GEE;
- “A utilização de energias renováveis é algo que permite potenciar e criar valor porque a sociedade vai valorizar como a a organização se comporta perante os temas ambientais”, lembra Manuel Mota;
- A aposta em Energias Renováveis cria uma oportunidade de posicionamento para as organizações perante os seus stakeholders;
- A Taxonomia Europeia permite uma comparabilidade entre empresas e o combate ao greenwashing;
- As energias renováveis têm programas específicos ao abrigo do PRR, do Innovation Fund e do P2030;
- Ao nível do PRR: “Os concursos de energias renováveis tem estado a ser abertos e encerrados com grande procura por parte das empresas”, garante Cláudia Almeida, Diretora Executiva do BPI;
- O PRR já disponibilizou apoios e dotações para empresas no valor de €1,4 mil milhões;
- Ainda dentro do PRR, há programas específicos dedicados à eficiência energética dos edifícios (vão abrir concursos de mais de €50 milhões) e programas relacionados com o tema do hidrogénio (€123 milhões de euros vão estar disponíveis);
- Relativamente ao Innovation Fund, aguarda-se que abram concursos de €50 milhões para small-scale projects e €3 mil milhões para large-scale projects;
- Quanto ao P2030, o valor que está em causa para financiar energias renováveis é de €3,1 mil milhões;
- Os programas públicos não vão cobrir a totalidade dos investimentos, nem todo o todo o tipo de investimentos que precisam ser feitos, o que fará que as empresas tenham que recorrer à banca;
- O BPI tem já várias soluções e linhas disponíveis: linha BPI/ESG Empresas, linha BPI/PRR, linhaBEI/Eficiência Energética e linha Descarbonização e Economia Circular;
- “A construção de comunidades de energia e de partilha de energia entre a indústria e os consumidores individuais é uma grande tendência", explica Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i;
- “O investimento é elevado e o talento e as respostas não se encontram apenas numa pessoa ou numa empresa”, lembra Ana Costa. A EDP, por exemplo, tem um programa chamado Free Electrons, onde já se desenvolveram mais de 150 projetos piloto;
- Outro exemplo é o Smart Open Lisboa, um programa de inovação aberto da CML, este ano focado na transição energética. A câmara convida todos os seus stakeholders a trabalhar conjuntamente para a transição energética e implementação de energias renováveis.
O próximo workshop será sobre turismo mais sustentável. A este juntam-se outros temas que serão posteriormente abordados, tais como: agricultura e imobiliário mais sustentável e, ainda, economia circular.
O Acelerador de Sustentabilidade é uma iniciativa que consiste na realização de sessões de formação (workshops online) onde se apresentam estratégias, conselhos e passos para descarbonizar e ter um negócio sustentável, dentro daquilo que são os objetivos europeus e mundiais.
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