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Livrarias independentes pedem apoios e regras claras: “Os hipermercados não são livreiros. São vendedores de bens com rotação acelerada”

Livrarias independentes pedem apoios e regras claras: “Os hipermercados não são livreiros. São vendedores de bens com rotação acelerada”
Horacio Villalobos/Getty Images

Assim explica José Pinho, representante de livrarias independentes, a sua resistência ao que parecem ser as medidas anunciadas para o próximo confinamento. Decreto aprovado para o estado de emergência na segunda metade de fevereiro acaba a proibição da venda de livros nos supermercados, mais ainda não se conhecem os detalhes do que será regulado pelo Governo

Luís M. Faria

Jornalista

"Há bens muito mais essenciais do que o livro. Por exemplo, a raspadinha, outros jogos. Tudo isso é essencial, como se pode facilmente perceber", diz José Pinho com ironia. É uma referência ao facto de as tabacarias permanecerem abertas em Portugal e as livrarias não. Fundador da icónica Ler Devagar, Pinho juntou entretanto ao seu portfólio participações na Livraria Francesa e na livraria Ferin, no Chiado, além de várias em Óbidos, integradas no projeto Óbidos Vida Literária. Enquanto presidente da Rede de Livrarias Independentes (RELI), criada o ano passado e neste momento com mais de oitenta associadas, Pinho tem sido crítico dos exíguos apoios oficiais a uma atividade cuja importância é com frequência subestimada em Portugal, e que, como muitas outras, enfrenta desafios extraordinários numa época de crise sanitária.

"As pessoas estão mais ou menos confinadas, não andam tanto na rua nem vão tanto a estes sítios como antes", explica. "A vender ao postigo ou com porta aberta, a quantidade de pessoas que entram é mínima". Daí a sua reivindicação de que se criem apoios específicos para as livrarias. Segundo explica, o único que existe é a compra de livros por parte do ministério da Cultura, mas as somas envolvidas são baixas e a margem que fica para as livrarias é apenas cerca de um terço.

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