Cultura

Sessões contínuas até 8 de março no Fantasporto

Sessões contínuas até 8 de março no Fantasporto

Com a projecção de “Adverse” na sexta-feira à noite foi oficialmente inaugurada a 40ª edição do Fantasporto que durará até ao próximo fim-de-semana com, pelo menos, cinco sessões diárias

Se juntássemos todos os realizadores que se estrearam no Fantasporto ao longo destes 40 anos teríamos uma galeria de vencedores de Óscares que vai de Quentin Tarantino a Catherine Bigelow ou de Peter Jackson a James Cameron. Esta foi uma das ideias fortes deixadas sexta-feira à noite na sessão de abertura oficial da 40ª edição do Fantasporto por Beatriz Pacheco Pereira, um das organizadoras do festival.

Depois de três dias dedicados à revisitação de clássicos como “Blade Runner” de Ridley Scott, “Dracula” de Francis Ford Coppola ou “Raging Bull” de Martin Scorsese seguiu-se a entrada na maratona de dez dias que marcará este festival, desdobrada por cinema fantástico, novos realizadores, cinema do Oriente, obras portuguesas, antestreias, etc.

A abertura do festival foi marcada pelo regresso do realizador norte-americano Brian A. Metcalf que nos trouxe “Adverse”, uma história sobre a “cadeia alimentar” constituída por grandes e pequenos traficantes de droga e suas vítimas, com magistral interpretação de Mickey Rourke que joga habilmente com a sua própria decadência física sobreposta à do velho gangster que interpreta. Nas cenas mais violentas reconhece-se o movimento e a ironia do anterior filme de Metcalf também aqui passado em 2018 “Living among us”, a história de uma equipa de televisão que vai entrevistar uma das várias famílias de vampiros que tinham decidido começar a coexistir pacificamente com os humanos … até ao momento em que as coisas começam a descambar.

Privatizar o sistema penal

A seguir, na sessão das onze da noite, o género de filme que se espera encontrar num Fantasporto: “Fright Night”/Nightmare radio” uma produção neozelandesa, argentina e britânica que agrega curtas-metragens de diversos realizadores de forma a recriar um filme à antiga por episódios, cujo fio condutor é a narração feita pelo animador da emissão nocturna de uma rádio dedicada ao paranormal e às histórias inverosímeis. Dos diversos episódios, três não eram maus de todo: uma rapariga assombrada em casa pelo fantasma da sua irmã, morta há pouco tempo, o caso de um adulto que abusava de uma jovem bailarina e, sobretudo, a corrosiva sátira ao que

sucederia se os trogloditas defensores da pena de morte e da castração um dia gerissem um sistema penal e judicial privatizado…

Este sábado as coisas começam a animar com a projecção logo ao começo da tarde de um filme filipino sobre um caso de possessão diabólica nos anos 50 e atingem o ponto alto com o muito aguardado filme sul-coreano “Bring me Home”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: RCardoso@expresso.impresa.pt

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