Coronavírus

Covid-19. Bebé que nasceu de mulher infetada está bem, DGS confirmou seis mortos - e o que mais se passou nas últimas horas

Hospital de São João, no Porto, onde nasceu a bebé
Hospital de São João, no Porto, onde nasceu a bebé
ESTELA SILVA/Lusa

Apesar do estado de emergência em que Portugal se encontra, “o estado de direito e a ordem constitucional não estão suspensos”: a garantia é do presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Nos próximos dias, as forças de segurança vão atuar para advertir e não para sancionar. Saiba o que mais está a ser feito e o que está ainda por fazer

É uma menina e tem 3,240 quilos. A bebé que nasceu na terça-feira no Hospital de São João, no Porto, de uma mulher com covid-19 não está infetada. A segunda análise confirmou que a menina está bem. A mãe já teve alta e a recém-nascida permanece na unidade de saúde. Esta é a melhor história do dia.

Outra das mais importantes tem a ver com as novas medidas excecionais apresentadas por António Costa, já a noite tinha chegado. O primeiro-ministro avisou que a economia só será relançada lá para junho e que se seguem três meses “muito duros”. Para os tornar mais suportáveis, o Governo tem estas medidas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta sexta-feira uma nova norma: “quem entrar em Portugal vai ter de ficar em isolamento”. A DGS confirmou seis vítimas mortais desde o início do surto no país: duas na região norte, duas na zona de Lisboa e Vale do Tejo, uma no Algarve e uma no centro. De acordo com o mais recente boletim da DGS, estão confirmados em Portugal 1.020 casos de infeção. São 235 casos adicionais relativamente ao balanço da véspera, o que representa um aumento na ordem dos 30%. Consulte aqui a análise detalhada do boletim diário da DGS.

A regra geral continua a ser a permanência da população em casa. Os restaurantes só podem funcionar em regime de ‘take away’. Nos próximos dias, as forças de segurança vão atuar para advertir e não para sancionar. No entanto, a PSP já admitiu que o uso de ‘drones’ e altifalantes para mandar as pessoas para casa é um cenário possível.

As forças de segurança vão receber listas a nível local das pessoas sujeitas a isolamento.

Cerco “sistematicamente a ser furado”

O município de Espinho, contíguo por terra e por mar ao concelho de Ovar, atualmente em estado de calamidade pública, alertou que o cerco sanitário imposto ao território vizinho “está sistematicamente a ser furado”.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, António Piçarra, emitiu um comunicado sobre a declaração de estado de emergência, sublinhando que “o estado de direito e a ordem constitucional não estão suspensos”.

Nos arquipélagos, já está a ser aplicada uma quarentena obrigatória a quem chega à Madeira, enquanto nos Açores não há ligações aéreas e marítimas entre ilhas e as ligações para o exterior foram substancialmente reduzidas.

Nos serviços de saúde, foi notícia o encerramento de quatro farmácias devido a casos de infeção. A associação do sector anunciou que há farmácias que “estão a ser forçadas” a praticar preços de máscaras e de gel desinfetante “superiores ao habitual”, pelo que pede a intervenção dos reguladores. E a DGS deixou o alerta: o uso de luvas na rua não é eficaz e pode mesmo contribuir para a transmissão do vírus.

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, suspendeu o registo biométrico através da impressão digital, após a preocupação com o contágio manifestada pelos profissionais de saúde.

Alertas para burlas

Da DECO chegou outro alerta, especificamente para burlas. Segundo a associação de defesa dos consumidores, há quatro tipo de esquemas que chegam através das redes sociais, de plataformas como o WhatsApp ou por SMS ou email: campanhas de angariação de fundos para combate à doença, testes de despiste da covid-19, plataformas de informação sobre evolução da pandemia e campanhas de vacinação comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde.

A Assistência Médica Internacional (AMI) alertou para a existência de pessoas a fazerem-se passar por voluntários da organização e oferecendo-se para comprar comida e medicamentos.

Também foi notícia a oferta pela Galp de 29 ventiladores a hospitais públicos, oito deles esta sexta-feira e os restantes na próxima semana.

Governo sem resposta para despedimentos

O Governo ainda não tem uma resposta imediata para os trabalhadores despedidos por causa do coronavírus. Em entrevista à RTP, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que o Executivo vai avaliar “nos próximos tempos” se terá de “acautelar algumas situações sociais”. O governante revelou que já há pedidos para aceder à linha de 200 milhões de euros para as pequenas e médias empresas. Conheça a história de Marco e de duas colegas que acabam de perder o trabalho na Decathlon de Alfragide, a meio do período experimental.

Os trabalhadores a recibo verde não conseguem apoio na sequência do encerramento de escolas, uma vez que o formulário ainda não está disponível.

E enquanto o Lidl anunciou 500 contratações para “responder à procura exponencial de bens”, o Pingo Doce não está a fazer recrutamentos extraordinários de pessoal.

A Vista Alegre anunciou o encerramento da sua atividade de produção e comercial entre a próxima segunda-feira e 9 de abril. Os canais online não serão afetados.

A Iberdrola decidiu ampliar de 30 para 90 dias o prazo que os seus clientes residenciais terão para pagar as faturas de março e abril. O anúncio foi feito em comunicado por aquele que é um dos maiores comercializadores de eletricidade em Portugal.

As empresas devem evitar juntar todos os acionistas nas mesmas salas. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) recomenda que não se realizem assembleias-gerais presenciais, privilegiando reuniões por videoconferência. A Pharol já anunciou cuidados especiais.

O Santander divulgou que irá oferecer serviço médico gratuito a todos os clientes, mesmo os que não têm qualquer seguro do banco.

A fome e o desespero em Lisboa

Face à pandemia, a Comissão Europeia suspendeu a disciplina orçamental. É a primeira vez que acontece.

Entretanto, mais um festival cancelado. A organização do FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica anunciou o cancelamento da 43.ª edição do evento, que teria lugar no Porto entre 29 de abril e 10 de maio.

A pandemia leva fome e desespero às ruas de Lisboa. Veja aqui a reportagem do Expresso. Ainda na capital, abriram dois novos espaços para acolher sem-abrigo, no Largo de São Domingos de Benfica e no Pavilhão da Tapadinha. De acordo com a autarquia lisboeta, os espaços terão uma capacidade inicial para receber 58 pessoas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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