50 Anos, 50 Restaurantes

1993: Conspirações, espionagem e visitas da realeza no lendário Aviz em Lisboa

Fachada do Aviz Hotel inaugurado em 1933
Fachada do Aviz Hotel inaugurado em 1933
Arquivo da Fundação Oriente

Durante a Segunda Guerra Mundial, o antigo Aviz Hotel, em Lisboa, acolheu espiões de ambos os lados da barricada. Chegou a ser considerado “o hotel mais sumptuoso” do mundo e mereceu a visita da elite mundial, de Frank Sinatra a Maria Calas, além vários reis e rainhas. Aqui, viveu Calouste Gulbenkian os últimos anos elogiando a excelência da gastronomia do restaurante, que teve várias “vidas” nas décadas seguintes. Em 1993, Mário Soares “conspirou” contra Cavaco Silva à mesa do Aviz, já na morada do Chiado, chegando mesmo a discutir a dissolução do Parlamento. Todas as semanas, para comemorar os 50 anos do Expresso, fazemos uma viagem no tempo, com o apoio do Recheio, para relembrar 50 restaurantes que marcaram as últimas décadas em Portugal.

Junho de 1993. Adensa-se o difícil relacionamento do presidente da República, Mário Soares, com o primeiro-ministro Cavaco Silva. Soares olha para o país e entende que se chegou a um “impasse”, e que “tinha de fazer alguma coisa”, conta José Manuel dos Santos, ex-assessor cultural do presidente. Depois de um telefonema do soarista Gomes Mota a Carlos Monjardino, este organiza um jantar no “seu” restaurante, o icónico Aviz, à época no Chiado, em Lisboa. Convidaram-se 13 figuras do antigo MASP – Movimento de Apoio Soares à Presidência, incluindo Jorge Sampaio, Almeida Santos, Jaime Gama, Víctor Cunha Rego, Manuel Alegre, António Campos, Veiga de Oliveira e Manuel José Homem de Melo.

Percorra a fotogaleria para conhecer a história do lendário hotel e restaurante Aviz:

Esse jantar, onde se serviu arroz de berbigão, tinha como mote a apresentação do novo livro de Soares, “Intervenções VII”, mas foi outro ingrediente a chamar a atenção do Expresso, que titulou em primeira página: “Presidente discutiu dissolução com núcleo duro do ex-MASP – soaristas formulam três condições para eleições antecipadas”. Conforme recordou a jornalista do Expresso Ângela Silva, num artigo em 2016, a manchete “fez soar os alarmes em São Bento” e a coabitação com Cavaco, “que já era um inferno, nunca mais se recompôs”. Debateram-se três condições consideradas suficientes para justificar a dissolução do Parlamento, que implicava a queda do governo: “a degradação acelerada da situação económica e social, uma derrota significativa do PSD nas eleições autárquicas que se seguiriam, e a existência de uma alternativa política clara”. “A conspiração foi tal que chegou a ser ventilada entre os soaristas a hipótese de o próprio Mário Soares renunciar ao cargo em 1995 para se disponibilizar para um ajuste de contas final com Cavaco Silva nas eleições legislativas”, escrevia o jornal.

Mário Soares organizou no Aviz, um jantar conspirativo
Rui Ochôa / Expresso

O atual presidente do conselho de administração da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, confirma a conversa no Aviz, embora considere “um romance” a ideia da conspiração. “Falámos nisso não a sério, mas como uma maneira de provocar o Cavaco, mais nada. Provocámos e de que maneira... Ele nunca me perdoou por ter sido o organizador daquele jantar”, revela. José Manuel dos Santos diz que o grupo foi escolhido “sabiamente”. Ninguém se sentou ali por acaso e a composição fez-se “com objetivos políticos claros”. Soares “gostava imenso de funcionar em grupos que ele chamava, ironicamente, de conspiração política, algo que vinha da oposição democrática”. “Por vezes, quando encontrava uns tipos da política num restaurante, eles diziam-lhe que não estavam a conspirar, e o Soares desarmava-os: Fazem mal, fazem mal, não há melhor coisa na vida do que conspirar”, conta o ex-assessor.

Restaurante Aviz do antigo Aviz Hotel. Fotografia cedida pela Fundação Oriente

Apesar das ondas de choque, Soares não dissolveu o Parlamento. Apercebeu-se do desgaste governativo e achou que “já tanto fazia”. Cavaco, para quem o presidente agira como uma força de “bloqueio”, ideia contrariada pelos soaristas, não se candidatou às legislativas de 1995, vencidas por Guterres. Dois dias antes de deixar a presidência fez nova refeição no Aviz aquando do lançamento de outro volume das Intervenções. Questionado sobre os motivos do almoço, respondeu, bem humorado, que “o bom criminoso volta sempre ao local do crime”. Na memória de Carlos Monjardino fica a amizade com Soares, com quem jantava semanalmente durante o exílio do socialista em França. Para matar as saudades que Soares tinha da comida portuguesa, quando Monjardino vinha a Portugal levava-lhe carapaus alimados para Paris.

Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente

Aviz Hotel, símbolo de luxo

À guarda da Fundação Oriente ainda estão móveis, quadros, loiças e talheres Christofle, rechauds e estátuas do restaurante Aviz inicial, que se inseriu num hotel lendário. A origem desse edifício, um palacete com uma torre na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Picoas, remonta a 1904. Serviu de residência a José Joaquim da Silva Graça, que foi proprietário d'O Século, e foi depois comprado pelo genro, Joseph Rugeroni, que o converteu no Aviz Hotel, aberto a 22 de novembro de 1933. Inaugurou uma fascinante era de luxo, elegância e exclusividade. Com essa “joia”, como descreveu a imprensa à época, Lisboa entra no mapa da elite mundial.

A ambição decorativa do Aviz Hotel revelava-se no painel do átrio, que exibia datas importantes dos Descobrimentos. Colunas e estátuas, a águia a decorar a escadaria e a assumir-se como símbolo do hotel, as tapeçarias, cerâmicas e candeeiros, o elevador, a espessura generosa das carpetes, o trabalho das madeiras e do ferro forjado, as fardas e os quartos com nomes de monarcas da Dinastia de Avis... O hotel posicionava-se numa categoria sem paralelo a nível nacional, e na linha da frente além-fronteiras. Na sua autobiografia, Nubar Gulbenkian, filho de Calouste Gulbenkian, descreve “um local fantástico que fazia lembrar Hollywood” e onde “havia duas vezes mais criados que hóspedes”, sinal da importância que aqui se dava ao serviço. E a revista Life considerou-o o mais sumptuoso hotel do mundo.

Frnak Sinatra foi um dos famosos que passeou pelos salões e corredores do Aviz

Sinatra, Eva Péron e Gulbenkian

Pelos salões e corredores passaram incontáveis famosos, de Frank Sinatra e Ava Gardner a Maria Callas e Marcello Mastroianni. A antiga rainha de Portugal, D. Amélia, hospedou-se em 1945 e Eva Perón veio em 1947. A obra “Aviz – Uma História de Lisboa” revela que a atriz e líder política argentina acomodou-se no quarto 72, “famoso pela fabulosa casa de banho com banheira encastoada e três caravelas de vidro desenhadas pelo Almirante Gago Coutinho e fabricadas na Stephens da Marinha Grande”. Don Juan de Bourbon conde de Barcelona, os reis Humberto II de Itália e Carol da Roménia, bem como os Duques de Windsor e Amália Rodrigues estiveram no hotel, que organizou também o memorável banquete servido à rainha Isabel II em 1957, no Palácio da Ajuda.

Capa de uma ementa do restaurante do antigo Aviz Hotel

O hotel assumiu particular importância durante a Segunda Guerra Mundial. “Era um centro de reunião de espiões de ambos os lados. Iam lá alemães e ingleses, que trocavam informações e faziam conspirações”, refere Carlos Monjardino. O espião Dusko Popov, por exemplo, foi um dos envolvidos na teia de interesses em constante cruzamento no interior do hotel. A cidade, em si, era destino ou ponto de paragem de refugiados ou empresários, que procuravam segurança e estabilidade. Um dos hóspedes mais ilustres do Aviz Hotel foi o magnata do petróleo Calouste Gulbenkian. Veio para Lisboa em 1942, fugindo à guerra, e morou no hotel até à morte, em 1955 – foi depois criada a Fundação Calouste Gulbenkian. Do conforto dos aposentos, negociou obras de arte e acordos petrolíferos. De vez em quando, chamavam o avô de Carlos Monjardino, o médico Francisco Pulido Valente, para o ir ver. Numa dessas incursões, o então miúdo Carlos Monjardino acompanha-o, curioso com o paciente, o homem “mais rico do mundo”, segundo ouvira dizer. Ao ver Calouste, pergunta-lhe quanto dinheiro ele tinha. “O Sr. Gulbenkian disse-me que não sabia e eu fiquei muito desiludido com ele. Era o homem mais rico do mundo e não sabia quanto dinheiro tinha? Devia ter aquilo contabilizado e pelos vistos não tinha, nem podia ter...”, recorda Monjardino. Gulbenkian era avesso a fotografias, meticuloso nos gastos e apreciava boa gastronomia, pelo que no restaurante do hotel havia “receitas especiais” que ele comia. Era preciso, porém, alguma “negociação” a escolher os pratos, já que ele seria “um bocado esquisito de boca, refinado no gosto”.

Bar do restaurante Aviz, no Chiado
Fernando Peres Rodrigues / Arquivo Expresso

Renascimento no Chiado

O restaurante do hotel Aviz foi também considerado “o melhor da Europa”. Na liderança da gastronomia, de base francesa e que marcou a linha da oferta gastronómica até ao fim, passou a estar, entretanto, o chef João Ribeiro, um verdadeiro “mestre” aos olhos de muitos. A craveira da restante equipa acompanhava, incluindo o maître d'hotel Alberto Rapetti e Aníbal Silva, cujo serviço exemplar lhe valeu, até, a função de mordomo de Gulbenkian. Numa ementa original desse tempo, escrita à mão pelo mestre Ribeiro, identificam-se especialidades como o “Paté de caça com molho Cumberland”, o “Cocktail de camarão au Xerêz”, sugestões do chef como o caviar e o “Sirloin Steak a la Moêlle”, mas também a portugalidade dos “Pastéis de bacalhau com arroz” e das “Sardinhas fritas”.

Fernando Amaral no fumeiro do Aviz do Chiado

Joseph Rugeroni morrera em 1940 e foram os filhos Harry e Tony que se ocuparam, entretanto, da administração do hotel. Seria a gastronomia do Aviz, saboreada até por Salazar, a perdurar depois de o hotel fechar, em 1961, e o edifício ser demolido em 1962 – na área do atual hotel Sheraton e edifício Imaviz. De acordo com a obra “Aviz – Uma História de Lisboa”, Anthony Ruggeroni, Alberto Rapetti, o barman António Fadda e o chef João Ribeiro constituíram, então, a sociedade Locanda Aviz do Chiado, com sede na Rua Serpa Pinto. No edifício onde em tempos funcionou o restaurante “Silva” renasceu o restaurante Aviz, em 1962. Imagens de época revelam o esplendor do espaço: escadaria engalanada a azulejos, um bar com balcão em madeira maciça, bancos de cabedal verde marroquino e sofás de veludo, salas com paredes revestidas a seda, cortinados elegantes, espelhos, estátuas, cristais e as pratas de sempre. E ainda curiosidades, como a coleção de relógios de bolso oferecidos pelos clientes. Aníbal Silva também transitou para o novo Restaurante Aviz.

A sala onde a Fundação Oriente guarda parte do mobiliário e espólio do antigo Restaurante Aviz

Em meados dos anos 60, Carlos Monjardino trabalhava na banca e começa a levar convidados almoçar ao Aviz do Chiado. Ficavam “impressionadíssimos com o espaço e a qualidade da comida, que era uma coisa absolutamente fantástica”, cada vez mais sofisticada e aperfeiçoada. Clássicos como os patés de fígados de aves ou de porco, os “Lagostins”, o “Chateaubriand com molho Béarnaise”, o “Tornedó Rossini”, a “Santola recheada à Aviz” e a “Lagosta”, “Bacalhau à Conde da Guarda”, a “Perdiz à Convento de Alcântara” ou à “Serra Morena”, “Filetes de linguado com laranja e cogumelos”, o “Bacalhau à Gomes de Sá”, que “dizem ser o melhor do país”, refere Monjardino, que recorda ainda o “Frango à Kiev”, que é uma das perdições de Francisco Pinto Balsemão, e os “Crepes flambeados à Aviz”. Apreciadas eram ainda as “Borboletas de gambas à moda do Aviz”, que consistiam num camarão tigre aberto ao meio, panado e acompanhando com arroz de passas e pinhões. Em 1974, o Aviz conquistou uma Estrela Michelin, coroando o talento de João Ribeiro. Foi renovada até 1976.

Restaurante Aviz, na Avenida Duque de Palmela
Mario Cerdeira

Depois da Revolução de Abril, o restaurante perdeu muitos clientes habituais. Um dia, Monjardino repara no “ar tristíssimo” dos empregados e disponibiliza-se para ser sócio. “O que é que eu fui dizer...”, confessa. Passou a ser sócio minoritário e, mais tarde, maioritário. “Custou-me largos milhares de contos por ano, saídos da minha algibeira, durante não sei quanto tempo. Não queria que o Aviz acabasse, era uma pena desaparecer o nome, o seu simbolismo era muito grande. […] Continuei alegremente a perder dinheiro, todos os anos, mas isso era uma opção minha, queria era manter o restaurante aberto”, justifica. Conseguiria fazê-lo durante muito tempo, também com a ajuda de outros investidores, como Jardim Gonçalves, Américo Amorim e a família Espírito Santo.

Jantar no Hotel Aviz na Duque de Palmela. Na imagem, Jorge Sampaio conversa com Adriano Moreira.

Serviço distinto

Américo Miranda, que se afirmou como chefe de sala do Aviz depois de passar por outras funções, ainda trabalhou com Aníbal Silva, mas já não com o mestre Ribeiro. Na cozinha do espaço no Chiado conheceu os chefs Carlos Rodrigues e depois Armando Valente de Sousa. Recorda-se do seleto fardamento “afrancesado” e da elevada organização do serviço: “Só na sala existia o maître d'hotel, que recebia o clientes e os levava à mesa, o chefe de sala que tirava o pedido, entregando-o ao chefe de turno, que o entregava ao commis e este fazia-o chegar à roda, para chegar ao chef de cozinha. Havia quatro chefes de turno e quatro commis”. O cliente assistia ao corte do Carré de cordeiro, ao desossar da perdiz e à preparação dos crepes. Segundo Américo, Tony Ruggeroni provava “todos os pratos” antes de entrarem na carta. Além de Mário Soares, que, garante José Manuel dos Santos, “gostava da comida do Aviz e de restaurantes com memória histórica”, Américo Miranda lembra-se de servir, nos vários espaços em que funcionou o Aviz, figuras como António de Spínola, Alexandre Soares dos Santos, Francisco Pinto Balsemão, Jorge Sampaio, António Guterres e José Sócrates, que “gostava muito” do Bacalhau à Gomes de Sá. O casal Eanes também foi cliente. A memória precisa de Américo levou-o, inclusivamente, a perguntar a um cliente que não ia ao restaurante há oito anos se não tomava o aperitivo preferido, o Punt e Mes. Admirado com a excelência do serviço, o cliente “abriu os braços” e exclama: “Você lembra-se? Afinal, em vez de um, tomou dois aperitivos...”. Nestas mesas, fizeram-se reuniões políticas importantes e “muitos negócios”, garante Américo.

Várias peças do rico espólio do Aviz

O restaurante tinha fumeiro próprio, por onde passavam o salmão, o espadarte, sável e pato. Aí mesmo encontramos, em fotos antigas, o cozinheiro Fernando Amaral, que começou a trabalhar no Aviz do Chiado em 1982, já Abel Barbedo lá estava na cozinha. Foi com o chef Armando que aprendeu “quase tudo” nesta cozinha de exceção, que era uma autêntica escola. “Quando lá cheguei, o restaurante era muito bonito e o melhor de Lisboa. O Aviz e o Tavares eram os únicos restaurantes de luxo”, assinala Fernando, que se lembra de um pormenor delicioso: quando o chef Ribeiro reaparecia de visita no Chiado, “já velhote”, Armando Valente de Sousa cedia-lhe o lugar, para que o mestre “se sentasse sempre no lugarzinho dele, na cozinha”, em deferência ao seu enorme legado.

O Aviz na última morada

Um sonho por cumprir

Em novembro de 1995, o Restaurante Aviz do Chiado “foi obrigado a mudar de instalações”, transferindo-se em fevereiro de 1996, para o centro comercial das Amoreiras, funcionando ao almoço. Em setembro de 2001 inicia nova fase no Monte Estoril, num espaço da Fundação Oriente. Porém, o resultado “foi uma desgraça”, admite Carlos Monjardino. Até que a Fundação “resolveu ter um hotel” na Duque de Palmela, em Lisboa, que batizou de... Hotel Aviz. Abriu em 2005 com 70 quartos e suítes (com os nomes dos hóspedes ilustres do antigo hotel), sauna, banho turco, terraço e um restaurante com a célebre marca Aviz. Mantinham-se na equipa Abel, Fernando e Américo, que se recorda de um restaurante “também luxuoso e bem decorado - peças e mobiliário do palacete original, loiça Vista Alegre -, com mezzanine, mas mais pequeno” e um pouco “mais modernizado, para poder servir os pequenos-almoços”. Na carta, as míticas receitas de sempre. Pela cozinha passaram os chefs António Alexandre, Carlos Martins e Cláudio Pontes, hoje nos Açores. “O hotel resultava, mas o restaurante, como sempre, não resultava”, lamenta Carlos Monjardino. Foi uma questão de tempo até a Fundação alienar o hotel, em novembro 2015, mantendo a posse do nome. Hoje, o espaço é ocupado pelo PortoBay Marquês.

Gaspacho de chícharro dos Açores e sardinha servido no Aviz da Duque de Palmela
Mario Cerdeira

Recentemente, Carlos Monjardino acordou com o presidente do Grémio Literário começar a servir, em algumas ocasiões, algumas especialidades do Aviz ao almoço nesse espaço histórico. Já foram incluídos o “Bacalhau à Gomes de Sá” e o “Frango à Kiev”, este com a presença de Pinto Balsemão. Monjardino ainda não perdeu a esperança de reavivar o restaurante que tantas memórias semeou: “Vamos lá ver se, um dia, se consegue recuperar o Aviz. É mais um disparate que vou fazer na vida, mas já tenho feito tantos, faço mais um. Gostava que se mantivesse o nome do Aviz, talvez com outro tipo de gestão, mais preocupada com a rentabilidade. Há espaço em Lisboa, é preciso é ter as pessoas...”

Fachada do Hotel Aviz, na Avenida Duque de Palmela, hoje PortoBay Marquês

Para comemorar os 50 anos do Expresso e do Recheio, fazemos uma viagem no tempo para relembrar restaurantes que marcaram as últimas cinco décadas. Acompanhe, todas as semanas, no Boa Cama Boa Mesa.

Recorde os primeiros restaurantes desta iniciativa:

1972: O restaurante bar de Lisboa que se transformou na segunda casa do Expresso

1973: O tributo a Eusébio e uma mesa para a eternidade

1974: O Pote que ajudou a cozinhar a Revolução dos Cravos

1993: ABREM AS LOJAS DE VALENÇA E MIRANDELA

Em 1993 abriram as lojas Recheio de Valença e de Mirandela, dotando a região Norte de mais força comercial e de abastecimento. A área de influência da loja de Valença, por exemplo, abrange Valença, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Melgaço, Monção e Vila Praia de Âncora, o que se traduz num alcance de “milhares de clientes”, incluindo, também, os provenientes da vizinha Espanha, nota o atual diretor da loja, António Xavier Gonçalves. No seu entender, a chegada do Recheio a Valença “foi importante”: “Provavelmente, havia portugueses que iam a Espanha fazer negócio e assim conseguimos captar esses clientes”. No início, esta loja estava muito ligada ao retalho, distribuindo para supermercados. Cresceria bastante com a posterior chegada dos frescos e viragem para a restauração. Para Vitor Silva, atual diretor da loja de Mirandela, a chegada do Recheio a este concelho do nordeste transmontano também foi relevante: “Na altura não havia cá nenhum tipo de armazém que oferecesse aos clientes daqui o que a variedade de artigos que o Recheio oferece. Muitos clientes deslocavam-se ao Porto para fazer compras”.

A marca Recheio surgiu no mercado em 1972. 50 anos depois, dispõe de 40 lojas e três plataformas distribuídas por todo o território nacional, mantendo como grande objetivo ir ao encontro das necessidades dos clientes ao apresentar desde os ingredientes às soluções, assumindo claramente um compromisso de estar ao lado dos empresários do canal HoReCa e retalho tradicional, contribuindo para o desenvolvimento do negócio, como um parceiro.

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