Saúde

Milhares de técnicos auxiliares de saúde que passaram a carreira especial continuam sem receber salário atualizado

Milhares de técnicos auxiliares de saúde que passaram a carreira especial continuam sem receber salário atualizado
Boy_Anupong

Mais de dois terços das unidades locais de saúde (ULS) continuam sem cumprir os prazos para a publicação das listas nominativas de quem transita para a carreira especial, um processo que devia ter ficado concluído em janeiro

Uma grande maioria dos técnicos auxiliares de saúde que transitaram para a carreira especial continuam sem receber o salário atualizado, dois meses depois de passarem para o novo regime. Segundo avança esta segunda-feira o “Jornal de Notícias”, a atualização salarial já vai com um atraso de dois meses, de acordo com a denúncia do Sindicato Independente dos Técnicos Auxiliares de Saúde (SITAS).

O presidente do sindicato, Paulo Carvalho, disse ao JN que “70% das unidades locais de saúde [ULS] ainda não passaram os profissionais para a carreira especial”. “E dos restantes 30% que cumpriram com a publicação das listas, 80% ainda não atualizaram os salários, nem há pagamento em retroativos”, explicou.

O aumento salarial para a carreira especial de técnico auxiliar de saúde, decidido pelo Governo anterior, corresponde a 48 euros por mês (6,4%) para a primeira posição remuneratória, que passa para os 869,84 euros brutos. O aumento pode chegar aos 100 euros, mas milhares de técnicos continuam sem receber o valor atualizado.

A carreira especial foi criada pelo anterior executivo socialista e, segundo o Governo, aplica-se a 24 mil assistentes operacionais que trabalham há 15 anos nas carreiras gerais do Estado, em serviços de apoio direto aos utentes - embora o SITAS estime que só no SNS deveriam transitar cerca de 34 mil técnicos. A medida inclui também os profissionais dos hospitais EPE e das parcerias público-privadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Há também um atraso na publicação das listas nominativas de quem passa à carreira especial, já que o prazo fixado por lei foi a 15 de janeiro e a maioria das ULS ainda não as divulgou.

O presidente do SITAS alertou que o atraso tem consequências graves na vida dos profissionais de saúde, e avisou que, caso a situação se mantenha, os técnicos auxiliares de saúde podem avançar para outras formas de protesto, incluindo a greve. “Só assim talvez a senhora ministra perceba que nós somos tão necessários ao SNS como os médicos e os enfermeiros”, reiterou.

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