Muito os separa. No estilo, na forma, na ideologia, na tensão que se sentiu na sala quando o ministro das Finanças foi ouvido, e que não se sentiu quando foi a vez de Pedro Nuno Santos dar tudo para acautelar o seu regresso político. Mas, na hora H, aqueles que continuam a ser vistos como dois prováveis candidatos à liderança do PS no pós-Costa tiveram um guião alinhado: não se acusaram mutuamente, preferiram elogiar-se, e o ex-ministro só subtilmente discordou do primeiro-ministro com o qual teve assumidas divergências no dossiê da privatização da TAP e do novo aeroporto.
Durante cerca de 7 horas, cada um teve o seu palco e, se Fernando Medina aproveitou para fazer a defesa em toda a linha do Governo nas várias ramificações do dossiê TAP, Pedro Nuno Santos aproveitou para ditar o tom do seu regresso político: “Não sou candidato a nada, sou deputado a partir do dia 4 de julho”, deixou escapar já na reta final da sua audição, na quinta-feira, mostrando que a prestação que acabávamos de ouvir era a prova disso mesmo: depois de seis meses de silêncio está de volta e, apesar de a demissão do Governo o ter deixado ferido, ainda não perdeu a ambição de se candidatar à liderança do PS nos próximos anos.
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