4 de julho: não é o dia da independência, mas é o dia da nova vida. “Não sou candidato a nada. Vou ser deputado no dia 4 de julho”. Pedro Nuno Santos posicionou-se para o novo futuro, retirando pressão de cima de si. Sobre si e António Costa, até porque procurou ao longo da audição gerir com pinças o relacionamento com o primeiro-ministro. Já a João Galamba, seu antigo parceiro de parlamento e seu sucessor nas Infraestruturas, deixou algumas considerações negativas.
Foram oito horas de audição (pelas 14h00 estava a sentar-se, pelas 22h00 despediu-se), mas Pedro Nuno Santos até estava disponível para mais. Foi interrompendo os deputados enquanto perguntavam, contestava o que diziam e até tomou as dores dos jornalistas pelas queixas de falta de condições que foi ouvindo. Trouxe um dossiê e folhas para apontar as perguntas dos deputados (bem como os considerandos que os deputados iam fazendo, porque a praticamente todos eles quis responder. Uma exceção: a comparação feita a um antigo político "grisalho" e "ambicioso" – uma referência implícita a José Sócrates – por Paulo Moniz, do PSD.
Do que Pedro Nuno não quis falar foi sobre as decisões do atual Governo: não comentou a privatização em curso, nem os moldes definidos pela equipa de António Costa. Também não puxou tanto dos galões como na Comissão de Economia na semana passada ("Se não for eu a dizer os resultados que apresentei, quem será?"), e, numa CPI em que muito se tem discutido os limites, até de CGD e CP se discutiu. E apesar de defender a sua intervenção na TAP, que salvou a companhia da falência, admitiu que nem tudo correu bem, que falhou no caso de Alexandra Reis e também que, por isso, pagou, demitindo-se.
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