Política

Bloco de Esquerda: Catarina Martins sai do Parlamento no verão

Catarina Martins, líder do BE
Catarina Martins, líder do BE
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Coordenadora cessante do Bloco de Esquerda fica na direção do partido, mas abandona o lugar de deputada no fim desta sessão legislativa, ao fim de 14 anos. Carreira política não acabou, mas Catarina Martins pretende agora “diminuir o ritmo e descansar um pouco”

Catarina Martins vai deixar o lugar de deputada do Bloco de Esquerda no Parlamento no final desta sessão legislativa, em julho. A ainda coordenadora do Bloco, que deixa de o ser este fim de semana, na XIII Convenção bloquista, afirma em entrevista à agência Lusa que não tem muito sentido” continuar como deputada a partir do momento em que deixa de ser coordenadora do partido.

“Percebo também que temos uma série de dossiês em mãos, que o equilíbrio não é fácil e o que decidimos foi que eu ficarei até ao final desta sessão legislativa, o que quer dizer que, enquanto o Pedro Filipe Soares estará na comissão de inquérito à TAP, eu estarei na comissão eventual de revisão constitucional, mas no fim desta sessão legislativa vou sair”, conta Catarina Martins na primeira parte da entrevista, que será publicada na íntegra na sexta-feira.

Depois de 14 anos como deputada (entrou em 2009) e de uma década na liderança do partido, Catarina Martins voltou a repetir a ideia de total disponibilidade para o Bloco, embora aproveitando agora para “diminuir o ritmo e descansar um pouco”. “Eu estarei no Bloco de Esquerda, como sempre, integrarei a próxima direção com toda a convicção, se os meus camaradas me elegerem” na Convenção deste fim de semana, onde concorre a um lugar na lista encabeçada por Mariana Mortágua.

O que se pode ler destas palavras é, portanto, que, apesar de deixar de ser o rosto principal do partido — lugar que ficará provavelmente entregue a Mortágua —, a carreira política de Catarina Martins não chegou ao fim. Uma ideia que, aliás, já tinha deixado logo no dia em que confirmou a saída do lugar de coordenadora e aludiu a uma frase famosa da política portuguesa: Santana Lopes, quando deixou a liderança do PSD, em 2005, disse “não me despeço, vou andar por aí”, Catarina Martins vincou: “Não vou andar por aí, porque sou daqui. O Bloco é o partido onde estou e vou estar em todas as lutas”.

Tanto a própria como o partido têm recusado falar sobre que lutas serão essas, ou seja, quais os próximos passos. Entre as hipóteses mais aventadas está uma eventual candidatura de Catarina como cabeça de lista do Bloco às eleições europeias de 2024. Ou mesmo uma futura corrida presidencial em 2026, depois de Marisa Matias ter feito duas.

Sobre isso, na mesma entrevista à Lusa, Catarina Martins pede calma. “Julgo que toda a gente compreende que, nesta altura, eu não pretenda estar a pensar em novas candidaturas ou seja o que for, [e] pretenda simplesmente descansar alguma coisa”.

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