Política

Catarina Martins deixa liderança do Bloco de Esquerda: "Não vou andar por aí, sou daqui"

Catarina Martins, coordenadora do BE
Catarina Martins, coordenadora do BE
JOSÉ COELHO/LUSA

Coordenadora do Bloco justifica decisão com instabilidade da maioria absoluta. “É o fim de um ciclo”, diz

“É o momento para que a coordenação do Bloco seja assumida por outra pessoa” - o anúncio foi feito esta terça-feira de manhã por Catarina Martins. A coordenadora do Bloco justifica a decisão com a “instabilidade da maioria absoluta” que, entrentanto, se instalou e que mudou a estratégia do Bloco que há meses tinha decidido manter a liderança e só mudar depois das eleições europeias do próximo ano.

O que mudou agora é a instabilidade da maioria absoluta", disse a líder do Bloco que antevê a possibilidade do “fim de um ciclo político”, que justifica uma mudança de liderança no BE. A dirigente bloquista justificou o anúncio desta terça-feira com a necessidade de clarificação para dentro do próprio partido que vai começar a eleger os participantes da Convenção marcada para maio.

Estes 10 anos foram um tempo extraordinário”, afirmou logo de início Catarina Martins, lembrado várias conquistas da sua liderança. “Pusemos a direita fora do Governo” e o “PS foi obrigado a escrever um acordo sobre políticas” públicas, continuou. “A geringonça foi um tempo extraordinário em que o pais melhorou”, congratulou-se Catarina Martins, lamentando que a maioria absoluta do PS, conquistada em janeiro, tenha posto fim a esse ciclo.

“A maioria absoluta veio confirmar que o PS nunca se conformou com este caminho e agora está mesmo a reverter algumas conquistas da geringonça”, afirmou Catarina, para quem está em curso uma “viragem à direita que António Costa impôs ao pais”.

“O Bloco é tudo o que ainda está por conseguir. As vitórias que me animam são o caminho que fizemos. Não desistimos de nenhum dos nossos combates", prometeu a ainda líder do Bloco que não quis responder a perguntas sobre quem lhe irá suceder, sendo que o nome que tem vindo a ser preparado é o da deputada Mariana Mortágua.

Quanto ao seu futuro, Catarina Martins promete: “Não vou andar por aí, sou daqui.”

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