Benedita Miranda, diretora-geral da região multilingue da Foundever: “Trabalhar das 9 às 5 sem ter um propósito? Já ninguém o quer fazer”
Tem nas mãos o negócio da empresa de contact centers Foundever, em dez mercados distintos, liderando uma equipa de mais de 14 mil profissionais. Benedita Miranda, a convidada deste episódio do podcast “O CEO é o limite”, começou pela base, na linha da frente de um call center da banca, a “vender” cartões de crédito. Não tem dúvidas de que no sector em que opera “o pilar do negócio são as nossas pessoas”
Define-se uma “mulher do Norte”, com profundo orgulho pelas suas origens, e “muito introvertida”. Benedita Miranda é uma pessoa de pessoas. Psicóloga de formação, desde muito cedo fez carreira no sector dos centros de contacto, destacando-se pela sua paixão por liderar equipas em contextos multiculturais. Os resultados que foi consolidando nos vários desafios que assumiu ao longo da carreira, fizeram com que fosse a escolha da multinacional Foundever para liderar a gestão da empresa na chamada região multilingue, acumulando a responsabilidade por dez mercados e cerca de 14 mil trabalhadores.
Licenciada em Psicologia e em marketing, com um MBA em Negócios Internacionais pela ESADE, Benedita Miranda construiu toda a sua carreira em torno da relação das empresas com os clientes. Nunca chegou formalmente a exercer psicologia, mas garante que a aplica todos os dias: “a psicologia tem essa amplitude. Dá para a parte clínica, mas é particularmente útil neste relacionamento que temos com os outros, na forma como os vemos e gerimos”.
E da gestão tem ideias muito claras. “Acho que gerir uma empresa só pelos números é um erro". Reforçando que “as pessoas precisam de um propósito na sua relação com o trabalho”, vinca que “trabalhar das 9 às 5 sem um propósito? Já ninguém o quer fazer”. Por isso, defende que é fundamental que os gestores e os líderes percebam que “aquilo que está no centro de negócio é o ser humano, são as pessoas. Portanto, tem que se gerir o negócio pensando no colaborador, no que ele gosta, no que o faz feliz”. O cliente, diz, ”é obviamente, superimportante, mas se os nossos colaboradores estiverem contentes, os nossos clientes também vão estar porque estaremos a dar um serviço de excelência. E isso é o que esperam de nós".
Foi focada neste pilar que construiu todo o seu percurso de carreira. Primeiro em funções de backoffice no antigo Banco Espírito Santo, depois na Multipessoal, mais tarde ainda na ES Contact Center até chegar à Sitel, atual Foundever, onde consolidou os últimos 15 anos do seu percurso.
Benedita Miranda foi diretora-geral da empresa em Portugal desde 2013. Assumiu a mesma função em Itália e em 2021 acumulava a mesma função em três mercados distintos: Portugal, Itália e Grécia. Hoje acumula dez mercados, vive “entre aeroportos”, mas diz-se realizada no que faz. Quando foi nomeada para a atual função, a direção de topo do grupo Foundever fez questão de destacar a forte ligação que, enquanto líder, Benedita mantém com as suas equipas. A gestora responde: “o pior que um líder pode fazer é não ser referência e não acrescentar valor à sua equipa”.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios:
