2011: nunca mais será preciso chamar a Troika?
No podcast Liberdade Para Pensar de hoje, Paulo Baldaia viaja até 2011, o ano em que o país chamou a Troika, depois do PEC 4 ter sido chumbado e José Sócrates se ter demitido
No podcast Liberdade Para Pensar de hoje, Paulo Baldaia viaja até 2011, o ano em que o país chamou a Troika, depois do PEC 4 ter sido chumbado e José Sócrates se ter demitido
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Demissionário, a 6 de abril desse ano, passavam 11 minutos das oito e meia da noite, anunciou que o país tinha pedido ajuda para financiar a dívida do país. Há várias semanas que o chefe do governo resistia a fazer o que toda gente já tinha percebido que era inevitável. Nesse dia, à tarde, o ministro das Finanças falou com a directora-adjunta do jornal de Negócios e fez saber que era “necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu”. Já não era possível esperar mais tempo, Portugal tinha colocado dívida no mercado a preços incomportáveis. O ministro das Finanças era Fernando Teixeira dos Santos e a directora do Jornal de Negócios era a Helena Garrido.
A demissão do primeiro-ministro, na sequência da rejeição do PEC, levou à antecipação das legislativas, ganhas pelo PSD de Pedro Passos Coelho que acabou a fazer governo com o CDS de Paulo Portas. No início do ano, Cavaco Silva tinha-se feito reeleger Presidente da República mostrando com o seu discurso na posse que não ia dar descanso ao governo socialista.
A Primavera árabe tinha começado no ano anterior na Tunísia, mas em 2011 espalhou-se pela Jordânia, Omã, Egipto, Iémen, Sudão, Iraque, Líbia, Mauritânia e tantos outros países até chegar à Síria, onde perdura uma guerra civil. Alain Frachon escreveu no Le Monde que essa “primavera” dera lugar a um duro inverno. Da esperança à desilusão, tudo aconteceu muito rapidamente.
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