Expresso Imobiliário

Jorge Bota: “As grandes empresas em Portugal finalmente consolidaram a ideia de que só precisam de 70% do espaço que atualmente ocupam”

Segundo o presidente da ACAI – Associação de Empresas de Consultoria e Avaliação Imobiliária e CEO da Consultora Imobiliária B.Prime, depois da pandemia as grandes empresas deixaram de precisar de 30% do espaço de escritório. “Temos trabalhado muito com grandes empresas aqui em Portugal que chegaram finalmente a um ponto em que tiveram estes dois ou três anos a estudar as consequências da Covid-19 na sua operação e consolidaram a ideia de que precisam de cerca de 70% do espaço que atualmente ocupam”, diz. Neste episódio do Expresso Imobiliário passa ainda em revista o mercado de escritórios nacional, centrado em Lisboa e Porto e, salienta que, para além deste ajuste na área ocupada, as empresas estão a apostar em espaços de trabalho flexíveis e colaborativos que atraiam e retenham o talento

José Fernandess

“Não há projetos novos”, revela Jorge Bota. O mercado de escritórios carece de oferta, não só em metros quadrados disponíveis, mas também em qualidade, com espaços que respondam às necessidades atuais das empresas, como, por exemplo, no que respeita a critérios relacionados com a sustentabilidade dos edifícios. A taxa de disponibilidade é de 9%, mas “se retirar o produto já obsoleto andará à volta dos 7 ou 6,5%. É muito pouco e heterogéneo”, revela o presidente da ACAI. O certo é que a promoção deste tipo de imóveis tem sido penalizada pela conjuntura económica que se vive que retarda os investimentos e pela maior rentabilidade de outras áreas do imobiliário, mais atrativas para os promotores, como a habitação e hotelaria.

Quanto às rendas dos escritórios “tem havido um aumento significativo nos últimos anos”, tanto na prime (melhor localização), como da média do mercado. Mas esta última tem subido mais rapidamente do que a prime. “A pressão vai no sentido da subida das rendas, mas para isso é preciso haver negócios e se há um abrandamento a dinâmica do crescimento fica mais condicionada”, salienta Jorge Bota. E se até aqui o mercado de escritórios da Grande Lisboa tem sido mais dinâmico e atrativo para as empresas, hoje o Grande Porto começa a dar cartas. E há empresas estrangeiras que equacionam o norte como morada para se instalarem em Portugal.

Quanto ao futuro e na opinião de Jorge Bota, os escritórios vão ser cada vez mais encarados como espaços de colaboração entre equipas.

Este décimo quarto episódio do Expresso Imobiliário foi conduzido por Maribela Freitas e teve sonoplastia de João Luís Amorim.

José Fernandess
Tiago Pereira Santos

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