6 janeiro 2023 6:30
Em entrevista a João Vieira Pereira, Francisco Pinto Balsemão responde a uma série de perguntas enviadas pelas personalidades que passaram pelo podcast Deixar o Mundo Melhor ao longo de 2022. Uma conversa que vai da fundação do Expresso, há 50 anos, ao futuro dos media em plena era da inteligência artificial, mas passa também pela Ala Liberal, o PSD e toda a participação política do jornalista com a carteira profissional nº18 em Portugal. “Gostaria que os meus filhos e netos soubessem aproveitar as possibilidades [que existem hoje] e fossem capazes de as utilizar - e de se sentirem na obrigação de as utilizar - para fazer avançar Portugal, um país que permanece lento, sonolento. E que continua a circunscrever-se muito a Lisboa e ao Porto”, afirmou
6 janeiro 2023 6:30
Nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1937 e foi no jornalismo e na comunicação que, verdadeiramente, se encontrou a nível profissional: "Ainda hoje me considero jornalista. Tenho carteira profissional, tenho muito orgulho em tê-la, e tem o número 18" diz, aos 85 anos, o fundador do Expresso e da SIC. Estreou-se nestas lides no vespertino Diário Popular, "um jornal que infelizmente já desapareceu", do qual era acionista o seu tio Francisco Pinto Balsemão.
Nascido em berço de ouro, mas ciente das responsabilidades sociais que isso lhe dava, o Conselheiro de Estado Francisco José Pereira Pinto Balsemão começou na política como deputado da Ala Liberal nos últimos anos do Estado Novo e, depois do 25 de Abril de 1974, fundador do PSD, deputado na Assembleia Constituinte e na Assembleia da República. Tornou-se primeiro-ministro depois da morte trágica de Francisco Sá Carneiro: "Foi um dos momentos mais tristes, mais trágicos, mais difíceis da minha vida. Tive de o enfrentar, e acho que fiz tudo o que podia para saber enfrentá-lo".
Desta fase da vida política portuguesa, orgulha-se da "revisão Constitucional de 1982 e do avanço decisivo que conseguimos nas negociações para a entrada de Portugal na Europa". O único português com assento no Clube de Bildeberg é um verdadeiro homem dos sete instrumentos - incluindo umas incursões pela bateria e pelo piano - tem horror ao desperdício, não esquece o nome de quem traiu a sua confiança, gosta de jogar golfe e de aprender, gostava de ter tempo para ler mais romances e poesia, e sente que ainda tem "muito para fazer e para dar".
tiago miranda