André Tecedeiro: “Continuo a ser mãe para o meu filho mesmo depois de me assumir como homem trans. Na gramática dele mãe é... masculino”
Um dos dias mais felizes da sua vida aconteceu este ano quando viu finalmente reconhecido no papel o nome com que sonhara há muito para si, André. O filho de 11 anos e a companheira Laura receberam-no em casa com cartazes que diziam: “Bem-vindo mãe-André, feliz nome novo”. Foi um longo caminho até aqui chegar, até se assumir como um homem trans. Com uma larga obra na poesia e nas artes plásticas, André Tecedeiro lançou em Março um novo livro, “O Número de Strahler” e está a estudar psicologia para “ajudar os outros a ultrapassarem os seus próprios medos e muros”. André decidiu não esconder a sua transição para acabar com os preconceitos: “Percebi que era mais valioso fazer a mudança de género à frente de todos, servindo de testemunho de que isto é possível, quebrando estereótipos e medos.” Uma conversa onde conta a criança que foi, o tanto que aprende com o próprio filho, o ‘vício’ pelos livros, o fim do medo e o amor que tem pela Laura. “Nunca pensei que um amor assim fosse possível”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas"