Longevidade

Prevenir através do estilo de vida: há sete hábitos saudáveis que podem ajudar a reduzir o risco de demência

Prevenir através do estilo de vida: há sete hábitos saudáveis que podem ajudar a reduzir o risco de demência
CRISTIAN CASANELLES

Durante 20 anos, 13.720 mulheres foram acompanhadas nos Estados Unidos para uma investigação que conclui que o estilo de vida pode ajudar a diminuir a probabilidade de desenvolver demência. Prevê-se que a doença atinja 153 milhões de pessoas em 2050

Sete hábitos saudáveis e fatores relacionados com o estilo de vida podem desempenhar um papel relevante na redução do risco de desenvolver demência, revelam dados preliminares de um estudo dos Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos (NIH) divulgado esta semana.

Ser ativo, fazer uma boa alimentação, manter um peso saudável, não fumar, controlar o colesterol, manter a tensão arterial normal e ter um baixo nível de açúcar no sangue são os aspetos que podem fazer a diferença, segundo a investigação, que será apresentada no encontro anual da Academia Americana de Neurologia, em abril.

“Como sabemos agora que a demência pode começar no cérebro décadas antes do diagnóstico, é importante que aprendamos mais sobre como os hábitos na meia-idade podem afetar o risco de demência na velhice”, afirma a investigadora Pamela Rist, uma das autoras do estudo, em comunicado.

“A boa notícia é que fazer escolhas de estilo de vida saudáveis na meia-idade pode levar a uma diminuição do risco de demência mais tarde na vida”, acrescenta. O estudo acompanhou, durante 20 anos, 13.720 mulheres nos Estados Unidos, com uma idade média inicial de 54 anos. Do total de participantes, 1771 acabaram por desenvolver demência, o que corresponde a 13%.

Para cada um dos sete fatores, foi atribuída uma pontuação a cada pessoa: zero em caso de avaliação “pobre ou intermédia”, um se considerada “ideal”. No início do estudo, a pontuação média foi de 4,3. Dez anos depois, o valor desceu ligeiramente, para 4,2. Depois de ajustados fatores como a idade ou o nível de educação, a equipa de investigação concluiu que, por cada aumento de um ponto, o risco de demência diminuiu 6%.

“Pode ser capacitante para as pessoas saberem que, adotando medidas como praticar exercício físico durante meia hora por dia ou mantendo a tensão arterial sob controlo, podem reduzir o risco de demência”, salienta Rist. O principal fator de risco é a idade, mas é possível prevenir o declínio cognitivo.

“Qualquer que seja o género, todos podemos tomar medidas simples para reduzir o risco de demência. Além de sermos ativos e cuidarmos do coração, ter uma boa noite de sono, desafiar o cérebro e mantermo-nos ligados às pessoas que nos rodeiam, podem todos ajudar a reduzir as hipóteses de desenvolver demência”, explica a representante da Alzheimer’s Research UK, Susan Mitchell, num comentário ao estudo.

A nível mundial e devido ao envelhecimento da população, estima-se que o número de pessoas com demência suba para 153 milhões em 2050 – das quais 351.504 em Portugal.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: scbaptista@impresa.pt

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