Guerra na Ucrânia

Zelensky procura reunir apoio em Washington enquanto veto húngaro ameaça unidade na Europa: o essencial do 657.º dia de guerra

Volodymyr Zelensky e Joe Biden na Casa Branca, no dia 12 de dezembro
Volodymyr Zelensky e Joe Biden na Casa Branca, no dia 12 de dezembro
Chip Somodevilla

Presidente da Ucrânia esteve no Senado e na Casa Branca para assegurar a continuação do apoio norte-americano em Kiev. Em Bruxelas prepara-se um Plano B para tentar contornar veto da Hungria ao início das negociações para a adesão da Ucrânia à UE enquanto sopram ventos de mudança na Polónia. Este é o resumo dos eventos que marcaram a guerra na Ucrânia nesta terça-feira

O 657.º dia de guerra fica marcado pela presença do Presidente da Ucrânia em Washington. Volodymyr Zelensky esteve no Senado dos EUA para apelar à continuação do apoio económico e militar a Kiev, num momento em que o Congresso está dividido quanto à aprovação de um novo pacote de ajuda.

O líder ucraniano enfrenta principalmente a oposição dos Republicanos. Segundo a agência EFE, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johson, reiterou junto do Presidente da Ucrânia que o seu partido vai manter a sua posição de oposição contra o novo pacote de apoio.

Volodymyr Zelensky esteve igualmente Casa Branca, para um encontro com Joe Biden. A delegação dos EUA para o encontro inclui também o secretário de Estado Antony Blinken e o secretário da Defesa Lloyd Austin.

Durante da reunião, Joe Biden anunciou que aprovou mais um pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 185 milhões de euros. Em antecipação do encontro, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tinha afirmado que qualquer ajuda dos EUA a Kiev será “um fiasco”.

Na Europa, a Hungria mantém veto à abertura de negociações com Ucrânia para adesão à UE. Em Bruxelas, já se fala num Plano B para contornar a situação e evitar o falhanço total na cimeira de líderes prevista para o final desta semana.

Em sentido inverso, a mudança de ciclo político na Polónia parece trazer boas notícias para a Ucrânia, com Donald Tusk a apelar à mobilização do mundo pela Ucrânia e promete resolver diferendo na fronteira. Num discurso no parlamento polaco, o recém-eleito primeiro-ministro prometeu "total determinação" em convencer toda a comunidade ocidental a ajudar Kiev e uma solução breve para os protestos dos camionistas polacos a bloquear as fronteiras com a Ucrânia.

A eleição já foi obviamente saudada pela liderança ucraniana, que retomou as relações diplomáticas após a rotura com o anterior governo em setembro. "O futuro da Ucrânia e da Polónia reside na unidade, na assistência mútua e na cooperação estratégica para derrotar o inimigo comum", sublinhou Volodymyr Zelensky numa publicação na rede social X.

Outras notícias que marcaram esta terça-feira

Kiev admitiu que contraofensiva contra a Rússia não correspondeu às expectativas. "Em maio, todos os cidadãos do nosso país queriam que a guerra terminasse o mais rapidamente possível. Havia esperanças, mas não se justificavam. O facto de estarmos a defender o nosso país há dois anos já é uma grande vitória", disse o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia à BBC;

⇒ As forças russas “avançaram consideravelmente” perto da vila de Novopokrovka, em Zaporíjia, diz o líder das autoridades instaladas por Moscovo na região, Yevgeny Balitsky, numa publicação no Telegram citada pelo The Guardian;

⇒ Os serviços secretos dos EUA estimam que 315 mil soldados russos foram feridos ou mortos desde fevereiro de 2022;

Uma nova sondagem feita pelo Conselho Europeu para as Relações Internacionais concluiu que a maioria dos cidadãos de seis países da União Europeia favoráveis à adesão da Ucrânia. Contudo, há receio de que o alargamento à Ucrânia acarrete riscos de segurança para os atuais Estados-membros;

⇒ Os colegisladores da UE chegam a acordo para criminalizar a violação de sanções. O acordo provisório prevê infrações penais para “garantir que aqueles que violam ou contornam as sanções da UE são responsabilizados”;

⇒ O chefe da diplomacia da UE condenou a realização de eleições presidenciais russas nos territórios ocupados da Ucrânia. Segundo tinha avançado a agência russa Interfax, Moscovo planeia incluir Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk (territórios ucranianos ilegalmente anexados no ano passado) no sufrágio a realizar em 2024;

⇒ O principal operador móvel da Ucrânia parado após "poderoso" ataque de pirataria informática

⇒ O FMI aprovou revisão do acordo com Ucrânia e desembolsa 835 milhões de euros.

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