A portuguesa Fusion Fuel, que desenvolveu uma tecnologia de eletrólise apoiada na produção de energia solar, assinou um contrato no valor de 2,46 milhões de euros para fornecer equipamentos de produção de hidrogénio verde ao instituto de investigação espanhol CSIC, de Saragoça.
Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a Fusion Fuel indica que os eletrolisadores a fornecer, com uma potência de 550 kilowatts (kW), visam testar a produção de hidrogénio verde para a mobilidade, num projeto que contará com apoios de quase 6 milhões de euros do plano de recuperação e resiliência.
À Fusion Fuel foram encomendadas 22 unidades do seu equipamento Hevo Solar, um eletrolisador acoplado a painéis solares de concentração. Além disso, a empresa portuguesa também fornecerá equipamentos para tratamento de água e compressão de hidrogénio. A entrega da encomenda deverá ocorrer no terceiro trimestre deste ano.
Com fábrica em Portugal, em Benavente, a Fusion Fuel é uma empresa cotada na plataforma bolsista norte-americana Nasdaq (através de uma sociedade constituída na Irlanda). A entrada no mercado de capitais ocorreu por via da aquisição da maior parte das suas ações por parte de uma sociedade norte-americana com o propósito específico de concretização de uma aquisição (SPAC, na sigla em inglês).
A Fusion Fuel tem os resultados ainda no “vermelho”, o que a empresa vem justificando com a fase de investimento em que ainda está, embora tenha vindo a anunciar várias encomendas para fornecimento dos seus equipamentos a vários clientes.
Em Portugal a Fusion Fuel já instalou um projeto de produção de hidrogénio verde em Évora, um projeto de demonstração para a reconversão desse hidrogénio em eletricidade para injetar na rede.
Em março último a empresa anunciou ter firmado um contrato a 10 anos para fornecer a britânica Hydrogen Ventures em Portugal, precisamente a partir de Évora.
Já no início deste ano a Fusion Fuel foi confirmada como o maior beneficiário do aviso C14, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para apoiar investimentos em hidrogénio e outros gases renováveis. Nesse concurso a empresa assegurou um subsídio a fundo perdido de 10 milhões de euros.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes