Economia

Inflação acelera para os 8,7% em junho. Desde 1984 que os preços da energia não subiam tanto

Inflação acelera para os 8,7% em junho. Desde 1984 que os preços da energia não subiam tanto
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A taxa de inflação acelerou em junho para os 8,7%, de acordo com a estimativa do INE. Os preços da energia aumentaram 31,7%, a maior subida desde agosto de 1984

A taxa de inflação acelerou em junho para os 8,7% em Portugal, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta quinta-feira, 30 de junho, a maior variação desde dezembro de 1992.

O índice de preços no consumidor (IPC) continua a ser impulsionado pelos preços da energia e bens alimentares. Os preços da energia aumentaram 31,7%, a maior subida desde agosto de 1984. Já os produtos alimentares não-transformados viram os preços subir 11,9% em junho. Em maio, as subidas tinham sido de 27,3% na energia e de 11,6% nos bens alimentares não-transformados.

A inflação subjacente, que exclui a energia e os bens alimentares pela sua volatilidade, é significativamente menor, cifrando-se nos 6% em junho, também acelerando face aos 5,6% de maio. O registo de junho é o mais alto desde maio de 1994.

A variação mensal do índice de preços no consumidor foi estimada nos 0,8% em junho, face a 1% em maio.

Segundo o INE, estima-se que o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC), o indicador de inflação usado pelo Eurostat para permitir comparações entre países europeus, se tenha cifrado nos 9% em junho, face a 8,1% em maio.

A variação média dos últimos doze meses foi 4,1%, face a 3,4% em maio. Já ultrapassa a estimativa do Governo para a média de 2022, que apontava no Orçamento do Estado para um IPC de 3,7% e um IHPC de 4%.

O Banco de Portugal reviu em alta as suas previsões para a inflação de 2022 em junho face a março, de 4% para 5,9%.

A Comissão Europeia, por sua vez, aponta para os 4,4% de inflação média em 2022. A OCDE e o Fundo Monetário Internacional são os mais pessimistas de todos, estimando que chegue aos 6,3 e 6%, respetivamente.

A taxa de inflação de maio fixara-se nos 8%, em máximos de fevereiro de 1993. Em maio, o IHPC foi de 8,1%, a sétima mais baixa da União Europeia.

O acelerar da inflação tem provocado uma subida acentuada das receitas fiscais de IVA, lado a lado com um aumento da contestação dos trabalhadores do Estado que reivindicam maiores aumentos salariais para fazer face ao aumento dos preços.

Os dados definitivos do mês de junho de 2022 têm divulgação prevista no dia 12 de julho.

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