Luís Filipe Vieira ouvido a 10 de maio na comissão de inquérito ao Novo Banco
Dívidas ao Novo Banco acima de €300 milhões da Promovalor, propriedade do presidente do Benfica, serão tema na próxima semana no inquérito parlamentar
Dívidas ao Novo Banco acima de €300 milhões da Promovalor, propriedade do presidente do Benfica, serão tema na próxima semana no inquérito parlamentar
Jornalista
A audição de Luís Filipe Vieira enquanto um dos maiores devedores do Novo Banco vai decorrer na próxima semana, mais precisamente na segunda-feira, 10 de maio, de acordo com a calendarização disponibilizada no site da comissão parlamentar de inquérito às perdas causadas pelo banco que são imputadas ao Fundo de Resolução.
Enquanto fundador do grupo de promoção imobiliária Promovalor, que chegou a ter uma dívida superior a 300 milhões de euros perante o banco, Vieira foi chamado pelos deputados. Quando foi contactado pelos serviços da comissão, o também presidente do Benfica solicitou um adiamento da data apontada para um dia posterior a uma consulta. Semanas depois, já tem dia de audição agendada.
A dívida da Promovalor já não está toda nas mãos de Vieira já que, em 2017, foi criado um fundo imobiliário pela C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo) que adquiriu parte dos ativos – há terrenos em Loures, Alverca, Tavira, em Portugal, e em Moçambique e no Brasil. A família Vieira tem 4% deste fundo, o restante está nas mãos do Novo Banco – mas o fundo não vai conseguir reembolsar ao banco como esperava.
Na semana passada, foi ouvido pelos deputados Nuno Gaioso Ribeiro, fundador da C2 e também antigo colega de Vieira na administração do Benfica, que garantiu que a decisão de reestruturar os créditos da Promovalor foi a melhor opção para o banco – a execução judicial seria “desfavorável”. Esta operação foi alvo de uma auditoria, cujos resultados ainda não foram comunicados ou publicados.
Antes desta semana, também outro dos grandes devedores, João Gama Leão, da Prebuild, será ouvido pelos deputados. Com dívidas de 246 milhões em 2014, o grupo conseguiu um perdão de dívida de 94 milhões dois anos depois, mas em 2019 acabou por ir para a insolvência a pedido do próprio Novo Banco. Gama Leão, ele próprio insolvente mas a viver no Brasil, é ouvido na quinta-feira, 6 de maio.
Na semana passada, Bernardo Moniz da Maia, do grupo Sogema, que deixou um rasto de dívida de 600 milhões de euros, esteve na comissão de inquérito, numa audição que deixou os deputados estupefactos com as respostas que foram dadas.
A comissão de inquérito às perdas do Novo Banco olha para os maiores devedores para tentar perceber a gestão feita que possa ter gerado perdas que tenham sido posteriormente imputadas ao Fundo de Resolução.
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