Economia

Gaioso Ribeiro: execução judicial de Luís Filipe Vieira seria "desfavorável" para o Novo Banco

Vieira e Nuno Gaioso Ribeiro, CEO da C2 Capital Partners e ex-vice-presidente do Benfica
Vieira e Nuno Gaioso Ribeiro, CEO da C2 Capital Partners e ex-vice-presidente do Benfica
FOTO VITOR MOTA/CORREIO DA MANHÃ

Fundador da sociedade de capital de risco que gere fundo para o qual o Novo Banco transferiu em 2017 parte dos créditos de Luís Filipe Vieira defendeu no Parlamento os méritos da operação

Gaioso Ribeiro: execução judicial de Luís Filipe Vieira seria "desfavorável" para o Novo Banco

Miguel Prado

Editor de Economia

Gaioso Ribeiro: execução judicial de Luís Filipe Vieira seria "desfavorável" para o Novo Banco

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O fundador da sociedade de capital de risco C2 Capital Partners (antiga Capital Criativo), Nuno Gaioso Ribeiro, defendeu esta terça-feira no Parlamento que a opção do Novo Banco em reestruturar a dívida de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, transformando alguns dos seus créditos em unidades de participação do fundo FIAE, foi a que melhor acautelou os interesses do banco.

"Tratando-se de créditos que foram aplicados em ativos imobiliários e turísticos com retornos financeiros de longo prazo e grande iliquidez, uma solução de execução ou venda rápida dos ativos ou dos créditos (e, provavelmente, parcial) parecia ser, objetivamente, desfavorável para o credor", afirmou Nuno Gaioso Ribeiro em audição na comissão parlamentar de inquérito sobre o Novo Banco.

Gaioso Ribeiro sublinhou que a decisão do Novo Banco "acabou por ser a implementação de um modelo já testado no mercado em situações idênticas: a constituição de um Fundo que adquiriu os créditos para, através destes, aceder à propriedade dos ativos, para os explorar, desenvolver e alienar a prazo, desejavelmente em melhores condições de mercado".

O gestor da C2 Capital Partners, que já foi administrador do Benfica durante vários anos, e que teve como sócio na sua empresa o filho de Luís Filipe Vieira, Tiago Vieira, defendeu perante os deputados os méritos da operação levada a cabo em 2017 com a criação do FIAE, que absorveu vários terrenos e projetos imobiliários da Promovalor, controlada pela família Vieira.

A operação, sustentou Gaioso Ribeiro, "evitou a venda coerciva, “descontrolada” e em conjuntura recessiva dos ativos", ao mesmo tempo que "reforçou, materialmente, as garantias do Novo Banco face a esses ativos", sem perdão de dívida.

"Aos créditos em causa correspondiam ativos reais", enfatizou o fundador da C2, realçando que "uma solução rápida de venda dos ativos seria adversa aos interesses do credor". "O Novo Banco, ao decidir pela constituição do Fundo, tem hoje uma posição patrimonial, económica e jurídica mais sólida do que dispunha antes", defendeu.

Entre esses ativos estão terrenos em Loures, Alverca e Tavira, bem como um edifício de escritórios em Maputo, Moçambique, e um hotel em Recife, no Brasil.

O Novo Banco detém 96% das unidades de participação do FIAE. O restante é detido por Luís Filipe Vieira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate