
Grandes devedores: Da Ongoing à Prebuild, o Novo Banco foi tentando ajudar e só depois fechou a torneira de crédito. De renegociações, insolvências e vendas rezam estas histórias com um elemento em comum: prejuízos para o banco
Grandes devedores: Da Ongoing à Prebuild, o Novo Banco foi tentando ajudar e só depois fechou a torneira de crédito. De renegociações, insolvências e vendas rezam estas histórias com um elemento em comum: prejuízos para o banco
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Jornalista
Vítor Bento ainda estava a habituar-se ao antigo prédio da Avenida da Liberdade, em Lisboa, quando foi confrontado com uma certeza: um dos principais devedores daquele que era ainda o Banco Espírito Santo (BES) precisava de apoio ou corria o risco de derrocada. Tratava-se da Ongoing. Naquele dia 24 de julho de 2014, esse apoio foi autorizado.
O grupo, que editava o “Diário Económico”, sofria com a queda da Portugal Telecom e com os problemas no Grupo Espírito Santo. Precisava de ajuda. As suas empresas Ongoing Strategy Investments e RS Holding endividaram-se com a emissão de papel comercial com vencimento marcado para aquele mês e não iam conseguir reembolsar. A BES Vida e a ESAF, que pertenciam ao banco, estavam indisponíveis para a sua renovação por pressão do regulador, o então designado ISP, hoje ASF. Ao mesmo tempo, a Ongoing queria um novo financiamento de até €148 milhões para liquidar um instrumento financeiro contratado ao Credit Suisse — que o BES de Ricardo Salgado se comprometera a proteger.
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