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Economia

BES. Banco de Portugal sofre nova derrota contra a KPMG, agora no Tribunal da Relação de Lisboa

Sikander Sattar, presidente da KPMG
Sikander Sattar, presidente da KPMG
Nuno Botelho

Supervisor tinha recorrido da absolvição da KPMG no Tribunal de Santarém. Relação põe travão ao processo

BES. Banco de Portugal sofre nova derrota contra a KPMG, agora no Tribunal da Relação de Lisboa

Cristina Pombo

Coordenadora da Secção Internacional

BES. Banco de Portugal sofre nova derrota contra a KPMG, agora no Tribunal da Relação de Lisboa

Diogo Cavaleiro

Jornalista

BES. Banco de Portugal sofre nova derrota contra a KPMG, agora no Tribunal da Relação de Lisboa

Isabel Vicente

Jornalista

O Banco de Portugal sofreu uma nova derrota contra a KPMG e os seus responsáveis, incluindo o presidente, Sikander Sattar. O recurso apresentado contra a absolvição da auditora no dossiê Banco Espírito Santo foi declarado improcedente no Tribunal da Relação de Lisboa, de acordo com informação apurada pelo Expresso e confirmada junto de várias fontes.

Esta decisão é ainda passível de recursos, por parte da autoridade bancária liderada por Mário Centeno, mas não foi possível ainda perceber se vai dar esse passo, já que, contactada, não fez comentários. A KPMG também não comentou ainda a informação.

O acórdão, sabe o Expresso, foi assinado por três juízes e um deles votou vencido, pelo que poderá abrir espaço para um eventual recurso pelo Banco de Portugal.

Em causa está o processo de contraordenação aberto pelo Banco de Portugal contra a KPMG devido ao trabalho de auditoria feito ao Banco Espírito Santo (BES), antes da sua derrocada.

Em abril de 2019, o supervisor aplicou uma coima de 3 milhões de euros à KPMG, sendo que visou também cinco responsáveis com intervenção na auditoria ao BES: Sikander Sattar (450 mil euros), Inês Viegas (425 mil euros), Fernando Antunes (400 mil euros), Inês Filipe (375 mil euros) e Sílvia Gomes (225 mil euros).

As infrações vistas pelo supervisor visavam a prestação de informações incompletas e falsas, entre fevereiro e maio de 2014, nos meses que antecederam a queda do BES.

Porém, no tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, em que o caso esteve nas mãos da juíza Vanda Miguel, a KPMG e os seus quadros foram absolvidos das imputações deixadas pelo supervisor, no final do ano passado. "Totalmente procedente" foi a decisão relativa às impugnações dos visados, já que o tribunal entendeu que não houve infrações nas comunicações feitas pela auditora ao supervisor.

Nessa decisão, houve até críticas do Tribunal de Santarém ao supervisor sobre a forma como exercia os seus poderes. O Banco de Portugal muniu-se de pareceres para contestar a ideia que, defendia, tinha uma “visão desculpabilizante” sobre as auditoras. Foi assim que o caso chegou à Relação, num recurso em que o Ministério Público acompanhou o supervisor.

Após analisar o dossiê, a Relação considerou o recurso improcedente.

Ainda a correr está a contraordenação aplicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, com uma coima de 1 milhão à KPMG, de que a auditora também recorreu para Santarém.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cpombo@expresso.impresa.pt

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