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Conversa com o último diretor do Tarrafal: “Caluniaram-me, mas já lhes perdoei”

Funcionário da administração ultramarina nos anos 50, quando era chefe de posto em Lóvua (Angola)
Funcionário da administração ultramarina nos anos 50, quando era chefe de posto em Lóvua (Angola)
D.R.

Em 2009, encontrámos Eduardo Vieira Fontes, que foi diretor do campo de trabalho do Tarrafal até ao 1.º de Maio de 1974. Aos 86 anos, o cabo-verdiano que vivia nos Estados Unidos, onde faleceu em 2021, falou pela primeira vez com um jornalista. Artigo recuperado a propósito da visita oficial do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa a Cabo Verde, que tem início esta terça-feira

José Pedro Castanheira enviado a East Providence (EUA)

Olhe que eu não vou dar-lhe nenhuma entrevista", advertira Eduardo Fontes ao telefone, num dos vários contactos entre Lisboa e East Providence. "Mas está disposto a conversar comigo?", insisti. "Certamente. E terei muito gosto em recebê-lo em minha casa". De permeio, trocámos livros: sabedor de que o tema lhe interessaria, enviei-lhe o meu "Quem Mandou Matar Amílcar Cabral?", a que ele retribuiu com o seu "Guia de Marcha. Notas da Memória", uma edição não comercial feita na Lousã, de três centenas de exemplares para familiares e amigos.

Aliás, a primeira coisa que me disse, mal abriu a porta de sua casa, foi que não gostara nada de uma coisa no livro. E que foi? - indaguei com o olhar, preocupado. "Quando fala do Tarrafal, diz sempre que era um campo de concentração. Isso não é verdade e é injusto" - protestou, desapontado. Para começar a conversa, não estava nada mal…

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