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Vamos estudar Joana Vasconcelos

Joana Vasconcelos (n. 1971) cruza o outrora “com aquilo que a modernidade baniu estruturalmente”. Lipovetsky chama-lhe “hipermodernidade”
Joana Vasconcelos (n. 1971) cruza o outrora “com aquilo que a modernidade baniu estruturalmente”. Lipovetsky chama-lhe “hipermodernidade”
Luís Barra

Dez anos depois, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy regressam à obra de Joana Vasconcelos, a artista que cruza o outrora com “aquilo que a modernidade baniu”

Na última década e meia, a obra de Joana Vasconcelos tornou-se inescapável até para quem não a procura. Todos já vimos peças dela, seja a piscina azul de plástico por baixo da Ponte 25 de Abril, o colar feito de boias pendurado na Torre de Belém, a instalação permanente no Jardim Bordallo Pinheiro, no Museu da Cidade, em Lisboa, as toalhas de renda instaladas na Ponte Luís I, no Porto, ou no Castelo de Santa Maria da Feira, um cacilheiro decorado com azulejos, um enorme terço à entrada da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, ou algumas imagens que, mesmo sem as encontrarmos diretamente — um gigantesco candelabro feito de tampões, um par de sapatos de salto alto à base de panelas de cozinha —, ganharam suficiente circulação para entrarem na nossa memória coletiva. Dada a intensidade dessa presença, é inevitável que muitas pessoas acabem por ter uma opinião sobre essas obras e que as opiniões divirjam. Aquilo que para uns é kitsch (ou “piroseira”, como escreveu uma conhecida historiadora quando Vasconcelos pôs os funcionários do seu ateliê em lay-off o ano passado), para outros é uma apropriação irónica que investe símbolos antigos e objetos banais de valores estéticos novos. O próprio sucesso nacional e internacional da artista há de contribuir para gerar reações, embora provavelmente também faça com que algumas destas se exprimam em surdina ou pelas costas, como costuma acontecer em situações assim.

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