Amor e medo. Duas palavras que não deviam nunca ser conjugadas mas que passaram a fazer parte dos sentimentos de Dylan pelo pai desde tenra idade. A sua denúncia terá sido silenciada, a mãe ganhou fama de desequilibrada e o padrasto que depois também a adotara conseguiu continuar com a sua carreira — imune a um potencial escândalo de abuso sexual sobre menores à própria filha. Mas o poder terá ajudado a que se olvidassem antes as palavras de Mia Farrow e se continuasse a destacar Woody Allen como o prolífico realizador e argumentista para lá dos problemas familiares. Foi como se vida e obra se separassem, mas com uma agravante. Mesmo na imprensa, a história familiar terá passado a ser retratada apenas pelo lado do realizador de “Annie Hall”, sem espaço para contraditório.
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