
Este mundo ocupado ainda é o nosso? Das cidades desertas às cargas policiais absurdas, “O Paraíso, Provavelmente”, de Elia Suleiman, é uma comédia dramática premonitória
Este mundo ocupado ainda é o nosso? Das cidades desertas às cargas policiais absurdas, “O Paraíso, Provavelmente”, de Elia Suleiman, é uma comédia dramática premonitória
Um acidente do quotidiano ou uma pequena sensação podem crescer num efeito borboleta e dar origem a uma cena, a um filme inteiro, bem como a temas que são há muito caros para Elia Suleiman, realizador palestiniano e “da Palestina” (não de Israel...), como ele às tantas faz questão de frisar em “O Paraíso, Provavelmente”. Para os mais esquecidos, ele não é apenas realizador, argumentista e produtor das suas obras, é também o protagonista, facto que o coloca na linha de uma estirpe de artistas que se representaram a si próprios com provocação e ironia: Chaplin, Keaton, Tati, César Monteiro, entre outros.
Os seus filmes têm o condão de ser únicos porque ele é (tal como os citados) inimitável na sátira. Além disso filma pouco, gosta de dar tempo ao tempo. A obra anterior a esta, a mais confessional (“O Tempo que Resta”), estreou-se há mais de 10 anos. Mas 2019 foi ano de Suleiman, estávamos em maio quando Cannes se encarregou de lançar “O Paraíso, Provavelmente” no termo do seu concurso. Agora, em fase de desconfinamento pós-pandemia, o filme chega às nossas salas. E já não o podemos olhar com os mesmos olhos.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt