“Biografia do Traço” no Museu do Chiado

Desde a sua reabertura em 1994, o Museu do Chiado oscilou várias vezes entre ser o zelador de uma coleção de arte predominantemente pré-modernista e modernista que remonta a 1850, ou um palco para a arte contemporânea portuguesa. Nos anos mais recentes essas duas possibilidades acabaram por se equilibrar, encontrando, por vezes, a programação interceções críticas entre o passado e o presente. “Biografia do Traço”, com curadoria de Maria Aires Silveira, ajuda a consolidar esse caminho. Pela primeira vez, o museu apresenta a sua coleção de desenhos, numa mostra que inclui uma centena de papéis de 33 artistas cronologicamente situados entre o tempo da criação das primeiras academias e estruturas museológicas dedicadas à arte em Portugal e a conjuntura imediatamente pré-modernista da transição para o século XX. Ao fazê-lo, cumpre vários objetivos. Por um lado, o de dar visibilidade à sua coleção; por outro, o desígnio de resgatar as nuances da expressão artística portuguesa oitocentista através de uma disciplina que se viu reinventada pelo século XX na sua vocação e estatuto.

Nesse sentido, a mostra dá conta da importância do desenho, mas também do modo particular como este, enquanto exercício ou idealização, acamava as diferentes opções estéticas, e se fazia instrumento metodológico essencial do ensino académico que então se institucionalizava e que nele fundava as outras práticas.

Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.

Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.