24 abril 2019 9:00
raquel marinho
A. M. Pires Cabral tem 77 anos. Recebeu-nos na sua casa de Vila Real, cidade que adotou, e para a qual gosta de regressar. Autor de uma vasta obra que inclui poesia, romance e conto, estudou na Universidade de Coimbra e foi professor do ensino secundário. Além dos prémios literários, da sua obra destacam-se também a organização das Jornadas Camilianas e o Dicionário de Regionalismos de Trás-os-Montes e Alto Douro, um projeto de que muito se orgulha
24 abril 2019 9:00
"Seja qual for a ribeira que somos
e o encontro para o qual nos apressamos,
é fatal perdermos parte de nós
caída no caminho."
Escolheu ler um poema que tem uma epígrafe do Rilke e que fala sobre o inverno e sobre o outono.
Exatamente. É um poema que a gente não sabe ao certo se é irónico ou se é realmente literal, digamos assim, o desejo de que venha realmente o inverno depressa, porque o verão foi demasiado longo. De toda a maneira, gosto de fazer paráfrases, e aquele poema, como me diz muito, como realmente olho para aquele poema e, musicalmente diz-me muito, acho que é um poema lindíssimo. Então um dia, a olhar para ele pensei: isto podia dar origem a uma paráfrase, e comecei a fazer e fiz, naturalmente. Onde exprimo exatamente as mesmas ideias, que de facto o verão foi muito longo e que também temos direito ao inverno. É essa a ideia.
E ter direito ao inverno é gostar dele?
É gostar dele, exatamente. Saber as coisas boas que o inverno tem, porque também tem coisas boas. Prosaicamente um bom conhaque é uma coisa boa do inverno, uma lareira é uma coisa boa do inverno. Também tem coisas más, tem frio, a gente tem de ir para a rua, etc. Pronto, mas temos de equilibrar. Dizia a minha mãe, muitas vezes, um provérbio que se usa lá para cima em Trás os Montes, "é preciso comer as verdes com as maduras", sinal que realmente temos de aceitar as coisas boas e as coisas más que a vida nos dá.
O clima está diferente, por estes anos. Está a mudar.
Sim. Nós notamos isso, de facto. Por acaso hoje está bastante frio, está um dia de inverno, e já estamos na primavera, mas nota-se que de facto os invernos são muito mais suaves, por assim dizer, é o tal aquecimento global em que o Trump não acredita. Os invernos são muito mais macios, mais suaves, mais brandos, e os verões penso que são cada vez mais assanhados, digamos assim. Portanto, não tenho dúvidas nenhumas de que está a haver alterações climáticas drásticas e que poderão ter consequências trágicas, naturalmente.
Gosta menos dos Invernos mais suaves ou, pelo contrário, aprecia-os porque são mais leves e mais fáceis?
Talvez isso, mas de facto um inverno rigoroso à boa maneira antiga, às vezes dá-me saudades dele. Embora tenha partido uma vez um braço na neve mas, de facto, às vezes a gente de manhã levantar-se e ver tudo a nevar, tudo branquinho, dava também o seu prazer, o seu gosto, era bom. Agora a gente tem que aceitar as verdes com as maduras, aceitar aquilo que vem. Não significa isso que nos resignemos àquilo que vem sem lutar contra o que vem de mal. Portanto, se realmente estamos a entender que o tempo está a mudar devido a alterações climáticas produzidas pelo homem, temos de combater aquilo que o homem está a fazer para produzir essas alterações climáticas, e mandar à fava o senhor Trump.
Reparo que tem um certo prazer em dizer essa frase: mandar à fava o senhor Trump.
(risos) Pois, porque realmente a gente olha para aquele sujeito e não vê naquilo nada que se aproveite a não ser o dinheiro, portanto, é um homem que respira dinheiro e só se interessa por dinheiro. E é capaz de, por dinheiro, comprometer o futuro de toda a humanidade e todo o mundo, todo o planeta. É por isso que eu não gosto do senhor Trump.
Estamos em Vila Real, a sua cidade...
Adotiva.
Adotiva. Gosta de viver aqui?
Não era capaz de viver noutro sítio. Só ocasionalmente, uma semana ou duas de férias, de resto é aqui, tenho de estar aqui. Aqui, não digo em Vila Real, digo algures em Trás os Montes, digamos assim.
Porquê?
Nós, os transmontanos nascemos um bocadinho com essa sina de sermos muito agarrados à terra e aos valores da terra. E eu como transmontano que sou prezo-me de cumprir esse mandato. E portanto, digamos que só viveria 100% satisfeito comigo próprio se fosse numa terra de Trás os Montes. Se tivesse de ir para Lisboa, por exemplo, não conseguia, confesso que não conseguia. Passo lá três dias, às vezes, mas ao fim do terceiro dia já é de me ir embora, vamos embora, vamos lá para a nossa terrinha. Está-se lá melhor. Está a perceber? É a tal maldição que pesa sobre o transmontano, é agarrado à terra, é o terrunho.
O que é que esta terra tem de especial?
Eu não sei o que tem de especial, limito-me a verificar um facto. Nós somos efetivamente muito agarrados a este terrunho. Agora, porquê, é uma maldição psicológica, seja o que for. Há qualquer coisa que nos impele a gostar desta terra e a não a trocar por nenhuma outra.
De que é que gosta nesta paisagem transmontana? O seu lado mais inóspito?
Inóspito, sim. Realmente a solidão dos campos é qualquer coisa. É um pouco alentejano, isto. Digamos que eu comparo bastante Trás os Montes com o Alentejo porque, tal como o Alentejo, tem esses descampados, e a solidão, e poucas árvores, e muita montanha, muita pedra, e portanto é essa rudeza de paisagem que me encanta.
No que à cidade de Vila Real diz respeito, o António contribuiu e contribui para dinamizar culturalmente esta cidade. É, de resto, a pessoa responsável pelo Grémio Literário. Quer falar-nos dessa atividade cultural?
Logo a seguir ao 25 de Abril houve uma grande abertura à cultura. Até aí a cultura estava submetida aos cânones do fascismo digamos assim, embora fosse um fascismo mais ou menos atenuado, mas estávamos submetidos a esses cânones. E a partir do 25 de Abril deu-se uma explosão cultural e então todas as cidades sentiram necessidade de avançar do ponto de vista cultural. E aqui em Vila Real criou-se um núcleo cultural municipal que tinha por finalidade a dinamização cultural da cidade, e eu fui desde o princípio elemento desse núcleo. E depois fui ficando, fui colaborando sempre com a câmara municipal. Eles não me deixavam sair e, às vezes até em simultâneo com a profissão de professor da Escola Secundária de Camilo Castelo Branco, estive sempre ligado à câmara e fui dando o meu melhor nesse sentido. E realmente orgulho-me de que se a cidade hoje tem uma vida cultural bastante desafogada e bastante diversificada, que deve alguma coisa à minha ação nesses anos difíceis ainda. As Jornadas Camilianas, por exemplo, que se fizeram nos anos 80 do século passado, foram realmente um conjunto de ações centradas na obra e na vida de Camilo Castelo Branco que trouxe aqui os principais especialistas nessa mesma obra, aos quais fornecíamos um fórum para trocarem impressões, para às vezes confrontarem as suas posições, e ao mesmo tempo, paralelamente, oferecíamos um programa lúdico, extraordinariamente rico, vivo, que eles adoravam. Foi um conjunto de ações que deixou marca na história de Portugal, na história cultural de Portugal. Por outro lado, Vila real participou, ainda nos finais dos anos 80, num projeto cultural do Conselho da Europa pelo qual eu fui responsável também. E depois, fui-me sempre mantendo pela câmara e dando aquilo que podia, inclusivamente como diretor da Revista Tellus, agora como diretor do Grémio Literário, enfim. Tudo isso porque me dá gosto fazê-lo e porque acho que ainda tenho alguma coisa para dar. Quando me considerar esgotado, e não virá longe esse dia, acredite... (risos), não virá longe esse dia. Nessa altura eu arrumo as botas, como fazem os jogadores de futebol.
A sua mulher está a sorrir e a acenar que não com a cabeça...
Por ela eu estava até aos 80 anos ou até aos 90, mas eu, de facto, às vezes penso que começo a ser pesado. Tenho 77 anos, já não é brincadeira, e às vezes começo a pensar que tenho de arrumar as botas.
Mas arrumar as botas para fazer o quê?
Tenho muito que fazer aqui em casa. Como sabe sou aguarelista, poeta, romancista, contista, recolector da cultura popular transmontana, portanto, eu não terei qualquer problema em me entreter. Tenho muito mas mesmo muito que fazer.
Portanto, não arrumaria as botas de facto.
Ah, não. Arrumar as botas em relação à colaboração com a cidade, etc, porque pessoalmente a minha ação cultural continuará sempre. A da escrita, da pintura. A pintura é um fait divers, é qualquer coisa que aparece lateralmente à minha atividade, mas de qualquer maneira gosto de fazer também, sinto-me estimulado a fazer aguarelas. Mas curiosamente pintar aguarelas é uma coisa para o verão, em que estou mais descontraído. Se calhar de manhã levanto-me, ainda sem tirar o pijama sento-me e faço uma aguarela, isso é muito agradável. No inverno não, não me dá para isso. No inverno é mais o computador e escrever aquilo que tenho a escrever, uma crónica aqui, um poema acolá, mais uns verbetes para o meu dicionário de regionalismos. É nisso que me entreterei quando abandonar a participação pública na cidade.

raquel marinho
As aguarelas são um hobby recente?
Para aí uns 10 anos, talvez mais um bocadinho, mas de qualquer maneira é uma coisa que apareceu tardiamente na minha vida. Um dia resolvi... Sentia em mim uma certa qualidade para o desenho, fazia bonecos, e experimentei. Agora, o que é que eu pinto em aguarelas? Naturalmente aquela mesma coisa de que me falava há pouco. A terra transmontana, a terra quente, muito em especial. Também o Douro, há aí umas coisas do Douro, mas é sobretudo Trás os Montes, a minha terra, que me motiva à pintura e fora disso não sei pintar mais nada. Casas, pessoas, não me dá para isso. Dá-me é mesmo para tentar dar a alma transmontana nas aguarelas.
E o que é isso da alma transmontana?
Pois, é aquilo que dá peso, que dá… é qualquer coisa de indefinível. Também há uma alma, por exemplo, na paisagem alentejana, sentimos que há. Não sabemos o que é, mas sentimos que há ali qualquer coisa, qualquer coisa que nos oprime e que nos obriga a gostar daquilo e a divulgá-lo e a fazer coisas sobre aquilo. Portanto, é isso mesmo em relação a Trás os Montes. Entendo que Trás os Montes tem uma alma, de modo que a minha ideia, a minha intenção, a minha vocação, melhor dizendo, é tentar captar essa alma transmontana nas aguarelas.
Tem a ver com aquele lado mais rude de que falávamos há pouco?
Sim, mais rústico, sim. Com árvores relativamente escassas, em alguns sítios, claro. O que me sugestiona mais é aquele tipo de paisagem com os montes arredondados e com uma árvore aqui, e outra além e outra acolá, e as cores que essa paisagem vai tendo ao longo do ano, e é isso que eu tento captar. Agora se consigo ou não consigo, as pessoas que o digam.
Vamos falar da sua poesia. Há pouco, quando estávamos no seu escritório, e a propósito de umas fotografias que estão lá, estava a contar-me do Eugénio de
Andrade. Que quando publicou o seu primeiro livro…
Ele interessou-se por ele.
raquel marinho
Então como é que isso foi?
Não sei, sei que apareceu aqui uma carta do Eugénio de Andrade. Não fui eu que lhe mandei o livro, ele adquiriu-o de alguma maneira, não faço ideia como. Sei que ele tinha procurado pelo livro, tinha sido sugestionado pelas críticas do Luís de Miranda Rocha e do Joaquim Manuel Magalhães, que disseram coisas bonitas do livro, e eu fiquei todo inchado também, era um livro de estreia… E o Eugénio de Andrade, sugestionado por essas críticas, pediu o livro, não sei como é que o conseguiu. E depois mandou-me aquela fotografia que está ali autografada e um livrozinho que ele tinha publicado sobre versos e alguma prosa de Luís de Camões, uma espécie de antologia pequenina publicada na Inova, que me mandou juntamente com aquela fotografia.
Aquela fotografia diz “ao poeta”.
Ao poeta, exatamente.
E como é que foi receber a fotografia?
Ai foi… precisei de quatro ou cinco guardanapos para limpar as babas, não é? (risos) Porque de facto um poeta da dimensão do Eugénio de Andrade chamar-me poeta, considerar que pertencia ao grupo dele, de facto foi qualquer coisa que enche o ego a qualquer um.
Respondeu-lhe?
Sim, naturalmente depois respondi. E ele também me foi respondendo e tenho aí duas ou três cartas dele e fotografias com ele também. Porque estive com ele em várias ocasiões, nomeadamente num passeio de barco no douro, que deu origem depois ao livro “Douro: Pizzicato e Chula”. Nessa altura já ele era bastante velhinho mas continuava a ter, enfim, algum apreço pela minha pessoa e pela minha poesia, sobretudo.
Quando publicou o seu primeiro livro tinha 33 anos.
33 anos, a idade de Cristo quando morreu. Chamava-se “Algures a Nordeste” e é justamente, digamos, como que um vade mecum da realidade transmontana. Das pessoas, dos lugares, dos bichos, das plantas, dos costumes, etc, etc. É uma espécie de enciclopédia sobre o que é Trás os Montes. Naturalmente poemas, ainda alguns deles muito imaturos. Normalmente aos 33 anos os poetas já não esvoaçam, já voam. Mas eu esvoaçava ainda. De qualquer maneira, tive a sorte de ser apreciado por alguma crítica, e foi o suficiente para depois nunca mais parar de fazer poesia. Aliás, estive alguns anos parado em que me virei mais para o romance, para a ficção, mas depois voltei para a poesia e hoje em dia é mais a poesia que me motiva a escrita.
Lembra-se de escrever esse primeiro livro? Como é que isso aconteceu?
Aconteceu diferentemente do que acontece com os livros que publico presentemente. Presentemente eu digo assim: “está aqui um título bonito e está aqui um conjunto de temas bonitos, e vou fazer um livro. E vou fazendo, metodicamente.” Esse não, “Algures a Nordeste” eram poemas que eu tinha na gaveta, alguns já com 10 anos de idade, ou 5 anos de idade, que estavam
lá na gaveta arrumados à espera de um dia virem à superfície. E portanto é um livro, nesse aspeto, diferente dos que faço agora. E é por isso que até se nota nele uma diversidade muito grande de ritmos e formalmente há uma diferença muito grande de poema para poema. Hoje em dia não é assim, hoje em dia há uma consistência maior, uma coerência maior na poesia que faço. Mas, se quer que lhe diga, ainda hoje tenho um fraquinho por esse livro. (risos)
Se já tinha poemas com 10 anos de idade, significa que começou a escrever pelos 20 anos.
Sim, sim. Até talvez antes, alguns deles.
E isso aconteceu porquê? Porque começou a escrever poesia?
Inclinação natural. Eu tenho uma inclinação natural para a poesia. Gostava de poesia, lia poesia, e achava que também poderia dizer alguma coisa sobre a forma de poesia. E fui fazendo mas, naturalmente, nessa altura, que destino se dava a esses poemas que íamos fazendo? Gaveta. A amadurecer. E depois quando abria a gaveta e os tirava cá para fora e via: “ah, isto apodreceu, lixo.” Mas havia outros em que dizia “não, isto tem qualquer coisa”, e esses aproveitei para o “Algures a Nordeste”.
Depois, essa receção foi tão boa que, como disse há pouco, nunca mais parou. Ou seja, deu-lhe confiança.
Exatamente.
Não tinha essa confiança antes?
Penso que não, penso que havia sempre aquela dúvida. Valerá a pena ou não? Serei ou não capaz? Aquilo que eu faço será ou não suscetível de agradar às pessoas? Havia sempre esse tipo de desconfiança. Mas quando os críticos começam a dizer coisas agradáveis, a confiança vai-se instalando. E depois de instalada já é difícil de ir embora.
Depois disso publicou uma vasta obra que inclui poesia, romance, conto, teatro, crónica. E é uma vasta obra reconhecida de forma continuada porque foi ganhando prémios ao longo da sua carreira. Para quem conhece mal o seu trabalho, poderíamos dizer que é um trabalho ligado à terra, às raízes? Como é que falaria dele?
80% é capaz de ser isso que diz, mas também há uns 20% em que me solto dessa prisão, digamos assim, em que os termos são outros. Mas de facto, muito daquilo que escrevo é, como disse algures, a moeda com que posso pagar aquilo que devo à terra.
E o que é que deve à terra?
Tudo o que sou. Tudo o que sou.
Acha que as terras nos fazem?
Eu acho que sim. Depois dos nossos pais, que nos fazem, a cultura em que estamos imersos também nos faz e molda-nos para toda a vida. E portanto, é, digamos, qualquer coisa que eu me senti na obrigação de pagar. E é um pouco o que tento fazer através da minha obra: na poesia, no romance, no conto, na crónica. Enfim, e agora nesse Dicionário de Regionalismos Transmontanos.
Está a trabalhar numa segunda edição desse dicionário. Porque é que a quer fazer?
Porque quero melhorar o trabalho fiz aqui, não estou satisfeito com este trabalho. Há muito mais para acrescentar.
E esse trabalho dos regionalismos ocupa-lhe uma boa parte do dia, é isso?
Digamos, se estou a parte da manhã em casa, é toda a manhã. Se estou à tarde, é praticamente toda a tarde. E é nisso que eu me entretenho.
E os poemas?
Há muito tempo que não…. Qualquer dia dá-me uma fúria e faço. (risos) Mas é preciso que me dê essa fúria primeiro. Não sou aquele tipo de poeta que.. “ora vamos lá fazer um poema”. Nada disso, tenho de ser realmente espicaçado por alguma coisa. É o tal moscardo, o estro de que falavam os gregos. Estro significa moscardo, não sei se sabia. Que espicaçava as pessoas para elas fazerem qualquer coisa, neste caso poesia. Portanto, estou à espera que venha esse furor. E vai acontecer, mais dia menos dia acontece. E então nessa altura, abandono isto, deixo para o lado e faço poesia. Estou à espera que venha.
E é uma espera tranquila?
Absolutamente tranquila. Sei que há-de vir.
A poesia serve para quê?
Para apaziguar sem anestesiar.
Deve saber vários versos de cor. Qual o primeiro que lhe vem à cabeça?
Há três dúzias deles acotovelando-se para serem citados.
Se não fosse poeta português (ou de outro país) seria de que nacionalidade?
Galego. What else?
Um bom poema é?
Aquele que me lambe por dentro como a gata lambe os filhos por fora.
O que o comove?
Seria melhor perguntar o que não me comove.
Que poema enviaria ao primeiro-ministro português?
Aos primeiros-ministros não se enviam poemas... Mas talvez “Fechou a escola em Grijó”, da gaveta do fundo, não fosse má escolha.
Por sua vontade, o que ficaria escrito no seu epitáfio?
Por minha vontade não haveria epitáfio.

O Poema Ensina a Cair começou por ser, em 2015, uma rubrica semanal do Expresso Diário sobre poesia portuguesa. Pretendia divulgar autores contemporâneos, mas não só. A ideia original de Raquel Marinho volta agora ao Expresso, desta vez com uma comunidade grande de seguidores nas redes sociais. Pode acompanhá-la no Instagram e no Facebook.