2005: o restaurante italiano de Lisboa onde José Sócrates lia filosofia
Il Gattopardo
Em 2005, o Partido Socialista obteve, pela primeira vez, uma maioria absoluta nas eleições legislativas. Esta vitória permitiu a José Sócrates chegar a Primeiro-ministro. Um dos restaurantes preferidos do ex-governante socialista, a par de muitas outras figuras de diversos quadrantes, era o Il Gattopardo, no hotel Dom Pedro Lisboa. Dedica-se aos sabores mediterrânicos e italianos e o nome inspirou-se no filme “Il Gattopardo”, de Luchino Visconti. Todas as semanas, para comemorar os 50 anos do Expresso, fazemos uma viagem no tempo, com o apoio do Recheio, para relembrar 50 restaurantes que marcaram as últimas décadas em Portugal
“Conseguimos, conseguimos... A partir de hoje, Portugal tem uma nova maioria e tem também uma nova esperança no seu futuro”. Era um José Sócrates satisfeito o que a 20 de fevereiro de 2005 falou ao país, depois de garantir a primeira maioria absoluta da história para o PS. O presidente da República, Jorge Sampaio, dissolvera a Assembleia, entendendo que o Governo de Santana Lopes - que viabilizou após Durão Barroso se demitir para presidir à Comissão Europeia - já não tinha "as condições políticas indispensáveis” para se manter em funções. Naquela noite, Sócrates confiava no futuro: “O PS não governará contra ninguém, nós governaremos muito atentos à necessidade de formar os maiores consensos possíveis. […] Sempre disse, ao longo da campanha, que Portugal enfrenta sérios problemas, mas também sei que é nos momentos difíceis que os portugueses dão o melhor de si próprios. Sei que se nos mantivermos firmes e determinados no objetivo de progresso e de desenvolvimento não falharemos, não falharemos”, reiterava.
João Carlos Santos
O futuro revelou-se, todavia, muito menos risonho. Em 2009, o PS volta a vencer as legislativas, mas perde a maioria absoluta, e em 2011, após o chumbo na Assembleia ao PEC IV, novo programa com medidas de austeridade, Sócrates demite-se de primeiro-ministro. Recorreu-se a um programa de assistência financeira internacional ao país, supervisionado pela troika e que implicou mais austeridade. A execução aconteceu já durante o governo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho. Em novembro de 2014, Sócrates foi detido à chegada a Lisboa, vindo de Paris, por suspeitas de vários crimes, sendo colocado em prisão preventiva, em Évora. Em setembro de 2015, passou a prisão domiciliária e em outubro ficou com Termo de Identidade e Residência. A batalha judicial estava para durar...
Terraço do restaurante
Para a história ficam também as 'mesas' de um ex-primeiro-ministro. Era cliente assíduo do restaurante Il Gattopardo, do hotel Dom Pedro Lisboa, com cozinha mediterrânica e italiana. Sofia Sobral, brand manager do grupo Dom Pedro, diz que ele já vinha antes de ser eleito. Quando tinha de trabalhar ao domingo, via-se quase sempre sozinha no restaurante com Sócrates: “Ele tinha o seu livro de filosofia debaixo do braço e eu tinha o meu livro de marketing digital. Ficava numa mesa, cumprimentava, virava as costas e lia, e eu lia, depois trocávamos cumprimentos e eram assim os nossos almoços ao domingo (risos)”. Também aqui almoçava à semana e era “assíduo mesmo como primeiro ministro”. “Sei que adora comida italiana, porque me lembro de almoçar aqui com ele e reencontrá-lo a jantar noutro italiano". A chefe de sala, Rita Gouveia, via-o a jantar: “Marcava à última da hora, mas corria sempre bem e voltava. Era discreto e pedia sobretudo pastas, como a de alho e azeite, e risottos como de açafrão”.
Suíte Presidencial
NUNO ALMENDRA
Bill Clinton e Vladimir Putin
Tranquilo e recatado, este restaurante atrai políticos de todos os quadrantes, banqueiros e empresários agradados com a “privacidade”. Horácio Roque vinha almoçar “dia sim dia não” e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, é presença frequente. Acrescentem-se nomes como Jardim Gonçalves, Alípio Dias, Paulo Portas, Sérgio Sousa Pinto ou Miguel Relvas - prefere as pastas de alho e azeite e “al pomodoro”, que considera “difíceis de fazer e achar o ponto certo”, nota Rita Gouveia.
Bill Clinton hospedou-se mais do que uma vez neste hotel. Na primeira, atendiam-se os telefones como se o hotel fosse a Casa Branca em Portugal: “White House in Lisbon, may I help you?”. Havia detetor de metais para entrar e dois 'snipers' no topo do prédio em frente. Clinton alojou-se na Suíte Presidencial, um apartamento “super luxuoso que dá a sensação de se estar num paquete acima de Lisboa”. “Está cheia de obras de arte, tem decks para relaxar, zona de refeições, jacuzzi, enormes casas de banho e uma Master Suite com duas entradas, dois closets e saída com porta para o corredor. Ou seja, acordo de manhã, vou à casa de banho, ao meu quarto de vestir, saio por outra porta e ninguém deu por nada. Tem ainda serviço de mordomo e a melhor vista de Lisboa. O monte mais alto de Lisboa é este, as [torres das] Amoreiras são um pouco mais abaixo. As camas são fantásticas e é a residência mais segura em Portugal. Eles atacam de onde? Não têm como, não chegam lá acima.”, refere Sofia Sobral.
Bill Clinton, democrata, 42.º Presidente (1993-2001). Impugnado em 1999 por perjúrio e obstrução à justiça, na sequência de um escândalo sexual. Foi absolvido
AFP / Getty Images
Clinton dormia protegido pela CIA, que ocupava o andar de baixo. Quando os agentes souberam que a relações públicas do hotel à época se chamava Mónica, disseram que ela “não se podia chamar Mónica, tinha de ter outro nome” - no rescaldo do escândalo Mónica Lewinsky, nos EUA. “Mas ela chama-se Mónica!?”, espanta-se o staff. “Chamem-lhe outra coisa, não se pode chamar Mónica, o nome Mónica está proibido!”, advertiram. A funcionária “desapareceu do mapa” por uns dias... Atrás de Clinton, na sala de jantar, havia um quadro de Maria João Saviotti, esposa do chairman do grupo, Stefano Saviotti. Quando apresentaram o presidente ao casal, Clinton olhou para Maria João e diz: “Eu tomo o pequeno almoço consigo todos os dias”. “O casal olhou para ele com um ar muito sério, sem achar muita piada, e ela também... Desculpe? - Sim, está sempre no quadro atrás da minha mesa de jantar”, clarificou Clinton. “Foi muito engraçado o à vontade”, reconhece a brand manager. Além dos presidentes de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e de Sílvio Berlusconi, também Vladimir Putin aqui dormiu, na mesma suíte de Clinton. “Não queria mordomo e vinha com a segurança privada. Não ia a lado nenhum, ficava fechado na suíte e era o próprio cozinheiro que ia comprar a comida, cozinhava e provava antes de ele comer”.
Lobby
As 'Anittas' e o piano de Plácido Domingo
O Dom Pedro Lisboa é um hotel “muito querido” do público brasileiro. O ator Alexandre Borges fez dele a sua casa durante as gravações de uma série. “Era super simpático e privava com o staff. Adorava sair de manhã com o telemóvel na mão e fazer pequenos vídeos a perder-se de metro, autocarro e elétrico. No final, montava com música, publicava nas redes sociais e nós comentávamos”, lembra Christine Trévidic, diretora de marketing do grupo. Fã de “Risotto com carabineiro” e “Pasta à carbonara”, a atriz Betty Faria também veio gravar a série, passeou toda a sua tranquilidade e, após almoçar no Il Gattopardo, passou a pedir a ementa via roomservice. Susana Vieira revelou-se “um furacão, uma mulher extraordinária, com uma energia inesgotável,” que veio fazer uma peça de teatro e almoçou no Il Gattopardo. Do Brasil vieram ainda Gilberto Gil, Ney Matogrosso e a cantora Anitta com as bailarinas e “todo o aparato”. Gerou-se um 'mix' improvável já que no lobby estava um grupo de judeus ortodoxos e o presidente da Tanzânia. “Está a ver a mistura de culturas? Tivemos de tapar as 'Anittas' bailarinas com o staff em filinha para poder passar o presidente da Tanzânia, que não podia olhar. Elas nem se aperceberam”, revela Christine.
Refiram-se ainda estrelas internacionais como Ben Harper, Anastacia, Ben Kingsley, José Carreras e o tenor Plácido Domingo, que também dormiu na Suíte Presidencial. Quando lá entrou, “apaixonou-se pela vista e disse que precisava de um piano porque se ia inspirar, tocar e cantar antes do espetáculo”. Só dali saiu para atuar. Do mundo do futebol, destaque para Cristiano Ronaldo, que aqui esteve “duas ou três vezes”. “Como bom futebolista e desportista que é, não deve ter resistido às massas. Na primeira vez veio ao hotel lançar um livro e ao jantar juntou um grupo de amigos para comemorar o lançamento do livro”, voltando depois. Luís Figo vem de vez em quando e, na memória de Jaime Cortesão, diretor de F&B do hotel, ficou ainda um jantar com Rui Costa, Nuno Gomes e outros dois jogadores que tinham jogado em Itália: frisaram que “nem em Itália comiam tão boa cozinha italiana”.
Esplanada permite aproveitar melhor os dias de sol
Inesperado e desafiante foi o jantar que juntou 34 responsáveis da Marinha e do Exército e em que foi preciso aplicar todo o protocolo. “A adaptação começou logo no bengaleiro, visto não estarmos preparados para os 30 e tal chapéus que traziam (risos). Não sabíamos onde íamos pôr tanto chapéu, mas colocámos numa mesa de banquetes junto ao bengaleiro, comprida e atoalhada, todos com uma etiqueta para sabermos de quem era. Trocou-nos um bocadinho as voltas, mas correu tão bem que voltaram”, conta Jaime Cortesão. Rita Gouveia não se esqueceu de um jantar, após a pandemia, em que Marcelo Rebelo de Sousa terá falado horas a fio aos jornalistas. Conseguiam fazer-lhe perguntas, mas Marcelo “colava as respostas todas, usando do dom da palavra”. O toque de classe veio quando o presidente da República repetiu a sobremesa, um bolo morno de maçã e mirtilos. “O serviço continuava e ele ia conversando à medida que ia comendo. Entretanto para e diz ao microfone: Peço desculpa, mas queria mais um bolinho! Foi uma situação caricata”, sorri Rita Gouveia.
Cartaz do filme Il Gattopardo, exposto à entrada do restaurante, foi assinado pela protagonista, a atriz Claudia Cardinale, que almoçou no restaurante
Filme dá nome ao restaurante
O grupo Dom Pedro Hotels & Golf Collection nasceu há mais de 50 anos, na Madeira, quando o italiano Pietro Saviotti chegou à baía de Machico e se “apaixonou pela beleza” da ilha. O sonho de abrir um hotel na ilha foi concretizado pelo filho, Stefano Saviotti, que ergueu o Dom Pedro Madeira em 1972 e outra unidade no ano seguinte. Foi Stefano o obreiro da expansão do grupo, abrindo hotéis em Vilamoura e Lagos. “Entretanto, ficámos com o monopólio do golfe em Vilamoura”, acrescenta Sofia Sobral. O Dom Pedro Lisboa abriu em 1998, ano da Expo '98 e ainda antes do hotel no Brasil. Antecipando a abertura oficial em Lisboa, fez-se uma festa de inauguração que, apesar da chuva, “foi muito bonita” e recebeu “toda a gente conhecida”. “As festas no Dom Pedro são sempre cheias de glamour e toda a gente adora participar”, comenta a brand manager. Na altura, estavam prontas a receção, salas de reuniões, o Il Gattopardo e meia dúzia de pisos. Algumas semanas depois, o hotel abriu ao público em geral. Na véspera, ultimavam-se alcatifas e papel de parede: “Juntou-se tudo a trabalhar, advogados, tudo, só faltava o Saviotti. Há sempre o drama da falta de pessoal, mas juntámo-nos e todos juntos conseguimos ter o hotel pronto no dia a seguir, completamente cheio!”, conta Sofia Sobral. Continuou com ocupação máxima durante a Expo, até porque à época ainda “não havia muitos hotéis” em Lisboa. Terminado o evento, começaram as reuniões e congressos, aproveitando a qualidade das salas desta unidade, e até hoje “foi um sucesso”.
Vista de uma suíte
O Dom Pedro Lisboa foi o primeiro cinco estrelas do grupo e único em Portugal, abrindo com 254 quartos, oito suítes e uma suíte presidencial num “icónico” edifício das Amoreiras, em Lisboa. Ao entrar, revela-se a decoração de Tereza Prego, “quente, elegante, clássica e confortável”, em tons de preto e dourado. Dispõe do Bistrot Le Café e de um Spa com jacuzzi, sauna, banho turco, aparelhos de fitness, gabinetes de massagens e uma piscina interior aquecida “altamente relaxante”, com cromoterapia. No início, o restaurante Il Gattopardo cingia-se à sala de refeições e a um pequeno jardim de inverno com uma fonte. No interior, apresentava atoalhados e alcatifa com padrão de leopardo no chão, entretanto substituída por madeira. Comia-se “tão bem” que houve a necessidade de aumentar a capacidade no exterior. A seguir à pandemia, desapareceu o fontanário, colocou-se uma cobertura no jardim de inverno e vidros à volta do terraço, protegendo do vento.
O nome do restaurante, Il Gattopardo, inspira-se no filme homónimo realizado por Luchino Visconti e protagonizado por Claudia Cardinale (Angelica Sedara), Burt Lancaster (Don Fabrizio Corbera) e Alain Delon (Don Tancredi Falconeri). Quis o destino que, certo dia, Claudia Cardinale estivesse no hotel e soubesse que o restaurante tinha o nome do 'seu' filme. Almoçou no Il Gattopardo e assinou o cartaz alusivo à película, exposto à entrada, ao lado de outras imagens do filme.
Carabineiro, aveludado de abacate com limão e ovas de salmão
Novos menus de degustação
Orientada até à pandemia pelo chef siciliano Michele Bono, a gastronomia centrou-se sempre nos sabores italianos e mediterrânicos. “Ainda não se falava muito na dieta mediterrânica ou comida saudável. A comida italiana da altura eram as pizzas e aqui serviam-se pratos de carne e de peixe, massas e risotttos, era uma proposta de italiano diferente, que não havia em sítio nenhum em Lisboa”, retrata a brand manager. A reação “foi fabulosa e o restaurante estava cheio ao almoço e ao jantar, todos os dias, era a sensação do momento”. Com a saída de Bono, Leandro Stenzel assumiu a chefia da cozinha, e defende a diversidade gastronómica do espaço. Stenzel esteve 12 anos numa cozinha de montanha, nos Alpes, trabalhando carnes de caça como o veado e o javali, e em Lisboa apostou, por exemplo, no Lombo de veado. A ideia é abrir o horizonte: “No sul de Itália, a cozinha é riquíssima em peixes, frutos do mar e mariscos. Muda entre regiões, mas é muito mais rica do que só pasta e pizza. Tão rica em ingredientes e coisas novas, que podemos apresentar um produto diferente em relação à ideia do que é um restaurante italiano nos peixes, carnes, massas, pastas, molhos e combinações diferentes”, comenta Leandro.
Il Gattopardo
No restaurante Il Gattopardo (Hotel Dom Pedro Lisboa, Av. Eng. Duarte Pacheco, 24, Lisboa, Tel. 213896622) dá-se importância aos produtos. As massas frescas fazem-se no restaurante e o grão de massa seca vem de Itália, tal como produtos como o queijo Parmesão e o presunto de Parma. Encontra vinhos italianos, como os Chianti, Pinot Grigio ou Amarone della Valpolicella, mas também muitos portugueses. Sempre que é possível assegurar ingredientes de qualidade nacionais, junto de parceiros locais, essa é a via, “reduzindo as cadeias de consumo”, realça Jaime Cortesão, ilustrando: “Não faz sentido usar peixe do Mar Mediterrâneo sabendo que o do Atlântico é muito superior em termos de teor de gordura intra-muscular, ou usar vacas e porcos italianos quando temos dos melhores produtos do mundo, como as raças Minhota, Cachena, Barrosã, Marinhoa, o Porco Bísaro, o Malhado de Alcobaça ou o mítico Porco Preto. Tem tudo a ver com a sazonalidade, não podemos usar morango em pleno inverno, ou caça em pleno verão ou primavera”.
Além do serviço à carta e do menu executivo à semana, introduziram-se recentemente dois menus de degustação, com um cunho mais pessoal do chef, em aproximação a um fine dining de veia italiana, e inspirados na natureza dos protagonistas masculinos do filme “Il Gattopardo”. O Menu “Dom Fabrizio Corbera” (€45, sem bebidas) assenta na vertente mais clássica da cozinha italiana e bebe do “lado tradicionalista e conservador da personagem, que tudo faz ao longo da história para que tudo se mantenha como está”. O outro menu, “Don Tancredi Falconeri” (€60, sem bebidas), é mais criativo e ousado, tal como o protagonista, que “respira jovialidade, frescura e progressismo, procurando que tudo mude”, explica o diretor de F&B. “Uma das frases mais icónicas do filme é 'Se vogliamo che tutto rimanga com'è, bisogna che tutto cambi', ou seja, se quisermos que tudo se mantenha como está, precisamos que tudo mude. Muda-se a carta, criam-se novos momentos de refeição, mas queremos que o Il Gattopardo continue a saber a Itália”, resume Jaime Cortesão.
Costeletas de borrego em crosta de pistáchio, acompanhada de beringela parmigiana
O venerado risotto de açafrão
Há entradas frias e quentes, como a “Burrata com presunto de Parma a 24 meses de cura” (€16), o “Carpaccio do lombo com rúcula” (€17) aqui servido com um desafiante gelado de Parmesão (o chef pretende uma “constante mudança, evoluir” e usar ingredientes italianos “de forma diferente”), o “Carabineiro, azeite e especiarias”, com a acidez do aveludado de abacate com limão e as ovas de salmão, e ainda “Escalope de foie gras em puré de alcachofra” ou uma “Sopa fria de tomate assado com queijo Stracciatella” (€11). Nas pastas encontra “Ravioli fresco de Ricotta e espinafres” (€17), “Spaguetti Ducato d'Amalfi di Gragnano IGP com tomate e manjericão” (€17) ou à carbonara.
Ao nível dos risottos, destacam-se o “Risotto de pera e mantecato de presunto de Parma com queijo Gorgonzola” (€19) e um clássico absoluto, o “Risotto de açafrão, tártaro de carabineiro e creme de pistáchio” (€23), o melhor que Sofia Sobral já comeu. Para Jaime Cortesão, o fantástico nesse prato é “não se usar pó, mas filamento de açafrão” e ser “riquíssimo em termos de qualidade do produto”. O chef Leandro deixa o arroz Acquerello, “que é muito bom, a trabalhar sozinho” e usa “o máximo do amido que puder para fazer a cremosidade”, colocando o menos manteiga possível. “Finalizamos com queijo Parmesão ralado ao momento, os filamentos de açafrão e o carabineiro cru, temperado com óleo, sal pimenta. E basta”. Para mais substância, considere os peixes: há “Bacalhau à vicentina” (€26), “Tagliata de atum com tomate-cereja” (€25) e “Pargo grelhado com espargos, ovas de capelim e caldo de peixe” (€27). Nas carnes sobressaem o “Filete de veado com puré de rábano e pêra bêbada de vinho do Porto” (€26) e o “Filete de vitela Cachena DOP”. Há ainda o “Tiramisú” (€7) e o “Cannoli siciliano” (€11), também caseiro e “tão siciliano que até parece que nos rouba o paladar”, brinca Jaime Cortesão.
Para comemorar os 50 anos do Expresso e do Recheio, fazemos uma viagem no tempo para relembrar restaurantes que marcaram as últimas cinco décadas. Acompanhe, todas as semanas, no Boa Cama Boa Mesa.
Recorde os primeiros restaurantes desta iniciativa:
A marca Recheio surgiu no mercado em 1972. 50 anos depois, dispõe de 40 lojas e três plataformas distribuídas por todo o território nacional, mantendo como grande objetivo ir ao encontro das necessidades dos clientes ao apresentar desde os ingredientes às soluções, assumindo claramente um compromisso de estar ao lado dos empresários do canal HoReCa e retalho tradicional, contribuindo para o desenvolvimento do negócio, como um parceiro.
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