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Altice Arena deverá passar para as mãos da Live Nation no final deste ano

Diogo Piçarra na Altice Arena, Lisboa
Diogo Piçarra na Altice Arena, Lisboa
Rita Carmo

Em abril, foi noticiado que a norte-americana Live Nation, maior empresa do mundo de entretenimento e espetáculos ao vivo, comprou uma posição de controlo na portuguesa Ritmos e Blues e na Arena Atlântico, que gere a Altice Arena. Agora são conhecidos mais pormenores sobre o negócio

O negócio da norte-americana Live Nation Entertainment em Portugal deverá ficar concluído no final deste ano, revelou a própria empresa - a maior do mundo na sua área de atividade - à publicação “IQ”.

No final do mês passado, foi noticiado que a Live Nation Entertainment comprou uma posição de controlo na promotora portuguesa Ritmos e Blues e na empresa Arena Atlântico, gestora da Altice Arena, em Lisboa.

O negócio consiste na compra pela Live Nation de “uma participação de controlo indireto” sobre a Ritmos e Blues, promotora de Nuno Braamcamp e Álvaro Ramos, e a Arena Atlântico, detida pela Ritmos e Blues, Luís Montez, da promotora Música no Coração, e Jorge Vinha da Silva, consórcio também responsável pela Blueticket, empresa de bilhética.

Segundo a Live Nation Entertainment , citada pela “IQ”, após a aquisição as operações na Altice Arena, a maior sala de espetáculos de Portugal, continuarão a ser geridas “pela equipa e pelos funcionários da arena”. A aquisição deverá ficar concluída no final deste ano, mediante aprovação do negócio pela Autoridade da Concorrência.

Com capacidade para 21 mil pessoas, a Altice Arena registou, em 2022, o seu melhor resultado financeiro em 25 anos de atividade, fechando o ano com mais de 16 milhões de lucro, avança a mesma publicação.

Em 2012, aquando da venda pelo Estado do então Pavilhão Atlântico, o promotor Nuno Bramcaamp, da Ritmos e Blues, afirmou que a Live Nation – a maior promotora do mundo – estaria "a decidir se vale a pena investir", adiantando que o negócio envolveria um "valor razoável" e que o investimento envolveria "uns milhões largos". Na altura, a Ritmos e Blues tinha assinado um acordo que lhe permitia ser a promotora em Portugal dos espetáculos da Live Nation. Resultam desta parceria, entre outros espetáculos, os concertos de Madonna na Altice Arena, em novembro.

Fundada em 1990 por Nuno Braamcamp e Álvaro Ramos, a Ritmos e Blues organizou desde então concertos de artistas como U2, Rolling Stones, Michael Jackson, Prince ou Bruce Springsteen, tendo sido responsável por alguns dos primeiros espetáculos de estádio em Portugal. Atualmente, coproduz também o festival Rock in Rio Lisboa e, este ano, tem espetáculos de Madonna, Rod Stewart, Il Divo ou do humorista Ricky Gervais na agenda.

A Live Nation Entertainment é a acionista maioritária do Rock in Rio (que se realiza no Brasil e em Portugal), tendo assumido recentemente, no Brasil, o controlo da edição local do festival Lollapalooza. Em Inglaterra, está por trás da organização de festivais como o Leeds/Reading e Download. Fundada em 2010, a empresa resulta da fusão entre a Live Nation, promotora de espetáculos, e a Ticketmaster, gigante da venda de bilhetes de espetáculos. Além destas atividades, também está envolvida na gestão salas de espetáculos (como, agora, a Altice Arena, ou, no Reino Unido, as arenas O2) e a carreira de artistas. Entre as centenas de artistas com quem trabalha encontram-se os U2, Ed Sheeran, Rihanna e Madonna. Esta “concentração de poderes” tem gerado vários episódios de contestação ao longo dos anos.


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