Ativistas pelo clima pintam FIL de vermelho e interrompem conferência sobre aviação
Protesto da Climaximo pintou de vermelho entrada da Feira Internacional de Lisboa e interrompeu painel onde participavam CEO de várias companhias aéreas, incluindo da TAP
Um grupo de ativistas climáticos da Climáximo atirou tinta vermelha contra a porta da Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde está a decorrer o World Aviation Festival, um evento dedicado ao setor da aviação.
De acordo com informações avançadas pela PSP ao Expresso, o incidente ocorreu pelas 10h28. Cinco jovens foram identificados pelas autoridades. Destes, três foram intercetados no exterior do edifício depois de libertarem um produto de extintor de cor vermelha. Outros dois foram intercetados já no interior com uma tarja e megafone
Segundo a TSF, os ativistas exibiram à porta uma tarja onde se lia "eles estão a matar-nos". No interior, os manifestantes interromperam um painel onde participavam vários líderes da indústria, incluindo os CEO da TAP, da Emirates, da IAG e da Pegasus, assim como o diretor-geral da IATA. De acordo com o Jornal Económico, três ativistas gritaram palavras de ordem e repetiram a mensagem: “vocês estão a matar-nos”.
Em declarações à SIC Notícias, a porta-voz do movimento Climáximo, explicou que o protesto acontece num evento que visa discutir o futuro da aviação, mas senta à mesa “os maiores responsáveis e culpados pela crise climática”. “O futuro da aviação não pode ser discutido com quem quer lucrar da indústria da aviação”, defende Alice Gato.
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“O que precisamos é uma redução drástica da aviação, do fim de emissões de luxo como os jatos privados, do fim de emissões da treta como voos de Lisboa até ao Porto. Portanto, isto não é uma questão de negócio. É uma questão de todos nós que não pode estar a ser discutido por CEO e executivos das empresas mais poluentes do mundo."
No entanto, esclarece Alice Gato, tratam-se de protestos organizados por organizações diferentes. O protesto desta quarta-feira é do Climáximo, enquanto o de terça-feira foi feito pela Greve Climática Estudantil.
“Obviamente que existe uma ligação, que é que existe uma crise climática e nós temos de estar a falar sobre este facto. Ontem o evento era com o ministro do Ambiente e empresas responsáveis pela crise climática, a EDP e a Galp. E hoje o evento era com os maiores responsáveis da crise climática. Estas pessoas sabem que estão a causar o colapso civilizacional e dormem bem à noite. Nós não dormimos bem à noite", afirma Alice Gato.
A porta-voz rejeita que o protesto seja violento por vandalizar património. E contra-argumenta: “Violento é estar a matar milhares de pessoas, saber que se está a fazer isso e não se estar a fazer absolutamente nada para parar essas mortes. Antes pelo contrário, o que se está é uma expansão da aviação.”
E lembra que os jovens que estão a participar nestes protestos são os mesmos que participam nas manifestações pacíficas desde 2019, sem ver uma redução das emissões de gases com efeito de estufa que estão na origem da crise climática.