Novo comandante da PSP do Porto reconhece o aumento de grupos de jovens armados, mas garante que a cidade “não é, de todo, insegura”
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Victor Rodrigues passou pelos comandos de Faro e de Viseu, antes de chegar a comandante do dispositivo metropolitano do Porto em agosto. O sentimento de insegurança é maior do que indicam os dados e os factos sobre a criminalidade na Invicta e no país, refere, e considera que “o portuguès, por norma, é tolerante e não é xenófobo”
“O Porto é uma cidade grande, cosmopolita, e claro que há criminalidade”, “mas não é, de todo, uma cidade insegura”, considera o comandante do Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) da cidade. No cargo desde agosto desde ano, o superintendente Victor Rodrigues destaca que existe um esforço das autoridades para reforçar “o sentimento de segurança da população”, mas afirma que o aumento da criminalidade geral é “muito residual” e que o sentimento de insegurança “é superior à verdadeira insegurança”.
Em entrevista ao “Jornal de Notícias”, Victor Rodrigues - que comandou os dispositivos distritais da PSP em Faro e Viseu, além de ter estado em Moçambique, Bósnia Herzegovina e Áustria em missões internacionais - explica que a prioridade da polícia no Porto é ter um policiamento de “proximidade” e de “visibilidade”.
Victor Rodrigues diz estar “preocupado” com “a frequência com que hoje, não apenas no Porto, mas a nível nacional, proliferam as armas brancas”, lamentando o “incremento de atividade grupal” e de atividades ilícitas, “envolvendo, geralmente, indivíduos jovens” - em particular crimes ligados à diversão noturna e ao narcotráfico.
Sobre o tráfico de drogas e a violência associada ao narcotráfico, o superintendente afirma que é “um dos fenómenos que mais contribuem para o sentimento de insegurança", problema que está "ligado a outro tipo de criminalidade, porque, muitas vezes, as pessoas cometem ilícitos criminais para alimentar o vício”. Aponta, contudo, que o fenómeno não é exclusivo do Porto ou de Portugal, “é europeu e é um trabalho que a PSP não pode fazer sozinha”.
O superintendente remeteu para as investigações nas mãos da Polícia Judiciária e das autoridades de investigação criminal, mas considera que “Portugal não é um país xenófobo” e desvaloriza a frequência dos ataques. Para Victor Rodrigues, estas situações “existem em qualquer parte do mundo”. “De vez em quando, surge um determinado tipo de problemas e, aqui, houve uma situação específica, que acompanhei pela comunicação social, com um grupo muito restrito de pessoas, que não representa a generalidade da população do Porto”.
Referindo a criminalidade associada a pessoas imigrantes, o comandante da polícia do Porto aponta o dedo a “indivíduos ainda relativamente jovens” que praticam delitos como roubos de carteiras, furto com arrombamento e escalamento: “Também nos preocupa que não tenham problemas em recorrer à violência no caso de haver resistência por parte das vítimas”.