Saúde

Crise no SNS: “Estamos muito longe de um acordo”, dizem os representantes dos médicos na pausa da reunião com o Governo

Crise no SNS: “Estamos muito longe de um acordo”, dizem os representantes dos médicos na pausa da reunião com o Governo
Rui Oliveira

Os sindicatos dos médicos adiantaram hoje que estão ainda "muito longe" de chegar a um acordo com o Governo, durante um intervalo da nova ronda negocial no Ministério da Saúde, que já dura mais de três horas

Os sindicatos dos médicos adiantaram hoje que estão ainda "muito longe" de chegar a um acordo com o Governo, durante um intervalo da nova ronda negocial no Ministério da Saúde, que já dura mais de três horas.

"É essencial darmos uma resposta. Ou sim ou não à possibilidade de acordo. Estamos muito longe desse acordo e não deixaremos de o fazer por causa de questões procedimentais", disse aos jornalistas o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque Cunha.

O dirigente sindical afirmou ter sido surpreendido com o facto de a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) ter pedido para ver os diplomas das Unidades de Saúde Familiar e da criação do regime da dedicação plena dos médicos.

"A Fnam decidiu hoje colocar como questão o conhecimento prévio de um documento que já foi promulgado pelo Presidente da República e está para referendo do primeiro-ministro. Fomos surpreendidos nesta reunião. Esperemos que nesta reunião essa questão seja ultrapassada, porque queremos resolver o problema do Serviço Nacional de Saúde [SNS]", observou.

Poucos minutos mais tarde, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá confirmou ter sido feita uma pausa e que as negociações iriam ser retomadas "com toda a normalidade e toda a regularidade", após terem acesso aos documentos solicitados.

"É fundamental conhecermos o conteúdo destes diplomas para nos podermos pronunciar sobre o princípio de acordo que temos em cima da mesa. (...) A Fnam necessita conhecer esses articulados para poder continuar a discutir o documento que o Governo nos apresentou", referiu.

Joana Bordalo e Sá considerou também que será difícil chegar a um acordo com o Governo ainda hoje.

"(...) Provavelmente vai ser mesmo difícil, tendo em conta o documento que nos foi enviado, que não contempla aquilo tudo que foi debatido (...) na reunião que tivemos no domingo, que durou nove horas. Saímos daqui [Ministério da Saúde] no domingo com a sensação de que alguns dos princípios estariam efetivamente acordados", salientou.

As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Fnam iniciaram-se há 18 meses, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.

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