Plano sobre urgências pediátricas na região de Lisboa apresentado na próxima semana, ministro confirma fecho parcial em Loures
Manuel Pizarro, ministro da Saúde
MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Manuel Pizarro diz que “encerramento de uma parte dos serviços vai ocorrer mais cedo” no caso do Hospital Beatriz Ângelo, devido à falta de profissionais. Direção executiva do SNS prepara “organização de um modelo de atendimento metropolitano, que permita assegurar previsibilidade”, tendo em conta a disponibilidade de profissionais
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu nesta terça-feira que, na próxima semana, será apresentado “um plano para o funcionamento regular das urgências de pediatria em toda a Área Metropolitana de Lisboa, designadamente na península de Setúbal”.
Ainda assim, tal “não significa que não haja, entretanto, outros constrangimentos”. É o que irá acontecer com o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, onde o “encerramento de uma parte dos serviços vai ocorrer mais cedo, apenas porque não há disponibilidade de profissionais”, explicou o ministro, em declarações aos jornalistas após uma visita ao Hospital Amadora-Sintra, e utilizando um registo diferente do da véspera sobre o mesmo tema.
A falta de profissionais é “uma das razões” que conduz à “medida de reorganização, que há-de ser anunciada na próxima semana e que é, infelizmente, antecipada no caso da urgência de pediatria” do Hospital Beatriz Ângelo, acrescentou Manuel Pizarro. O ministro salientou ainda que preferia que o encerramento “não acontecesse”, mas “não havendo recursos humanos, é muito importante que esse anúncio seja dado com clareza e com antecipação para que as pessoas tenham previsibilidade em relação ao que vai acontecer”.
Manuel Pizarro realçou que a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde “está a trabalhar na organização de um modelo de atendimento metropolitano, que permita assegurar previsibilidade e que responda à disponibilidade de profissionais” existentes.
No Amadora-Sintra, uma das medidas já em curso é o “aceleramento das altas das pessoas que não estão internadas por indicação médica”, que já está a “produzir resultados”. “O problema mais difícil do serviço de urgência é não tanto o afluxo – o afluxo é grande –, mas o problema maior é a dificuldade de internar doentes a partir da urgência para o internamento do hospital, que está permanentemente cheio”, explicou o ministro.
Questionado sobre as respostas na área da saúde mental das crianças e jovens, Manuel Pizarro reconheceu que há “médicos de pedopsiquiatria a menos no Serviço Nacional de Saúde em relação às necessidades”, destacando que mais médicos estão a ser formados e que as equipas de saúde mental comunitária têm vindo a ser reforçadas.
A propósito da notícia publicada na segunda-feira pelo “Observador” sobre o pagamento a uma empresa por assessoria de comunicação que custou 360 euros por dia, o ministro afirmou não poder “conhecer com detalhe todas as contratações que são feitas”, indicando que confia nos argumentos utilizados para explicar a necessidade da contratação.