Papa Leão XIV canoniza Carlo Acutis, o primeiro santo “millennial”
A canonização decorreu perante 80 mil pessoas no Vaticano, com o Papa a dirigir uma mensagem de esperança às novas gerações
A canonização decorreu perante 80 mil pessoas no Vaticano, com o Papa a dirigir uma mensagem de esperança às novas gerações
Jornalista
Carlo Acutis, o adolescente italiano conhecido como o “‘influencer’ de Deus”, foi canonizado este domingo pelo Papa Leão XIV, tornando-se o primeiro santo da chamada geração “millennial” (nascidos entre 1981 e 1996). Na mesma cerimónia, foi também canonizado Pier Giorgio Frassati, estudante leigo italiano que morreu em 1925.
Segundo o portal Vatican News, estiveram na Praça de São Pedro cerca de 80 mil fiéis, especialmente jovens. Estiveram também presentes o Presidente italiano, Sergio Mattarella, os pais e os dois irmãos de Carlo Acutis, segundo escreve a Agência Lusa.
A celebração abriu com a chamada “Petitio” (Petição), em que o cardeal Marcello Semeraro pediu ao Papa Leão XIV a inscrição dos dois beatos no Álbum dos Santos. Seguiu-se a leitura resumida das suas biografias e a entoação da Ladainha dos Santos. O momento central ocorreu quando o Pontífice proclamou a fórmula de canonização, determinando que “em toda a Igreja" eles devem ser "devotamente honrados entre os santos”.
Durante a cerimónia, Papa Leão XIV aproveitou o momento para deixar uma mensagem de esperança aos jovens que o ouviam: “os santos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis são um convite dirigido a todos nós – especialmente aos jovens – a não desperdiçar a vida, mas a orientá-la para cima e a fazer dela uma obra-prima”, afirmou.
Aos 7 anos, após a comunhão, Carlo Acutis começou a dedicar-se à Igreja, resumindo a sua fé na frase “A Eucaristia é o meu caminho para o Céu”. Leitor ávido de programação, aprendeu a criar e a desenhar sites com a ajuda de um estudante de engenharia informática. Ficou conhecido como “‘influencer’ de Deus” pelo seu maior legado: um website multilíngue que reunia milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja, numa altura em que apenas profissionais faziam esse tipo de trabalho.
Em outubro de 2006, Carlo Acutis morreu vítima de uma leucemia agressiva, aos 15 anos de idade. O corpo foi preservado e está exposto na Basílica de São Francisco de Assis, onde é venerado por fiéis de todo o mundo.
Beatificado em 2020, foi canonizado após a Igreja reconhecer dois milagres atribuídos à sua intercessão: a cura de uma criança brasileira com uma malformação congénita do pâncreas e a recuperação de Valéria, uma jovem da Costa Rica que, após um grave traumatismo craniano, começou a respirar sozinha no mesmo dia em que a mãe rezou junto ao túmulo de Acutis.
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