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Já há casos de dependência de fentanil em Portugal, a droga que mais mata nos EUA

Na Virgínia, EUA, há um memorial com fotografias de vítimas do fentanil, mais de 70 mil por ano
Na Virgínia, EUA, há um memorial com fotografias de vítimas do fentanil, mais de 70 mil por ano
Alex Wong/Getty Images

Doze pessoas pediram ajuda para tratar dependência. Prescrição médica do analgésico fentanil, que é 50 vezes mais potente que a heroína, disparou em Portugal nos últimos anos. Recomendações da DGS são de 2008 e desvalorizam risco de adição

Em Portugal, 12 pessoas já pediram ajuda para serem tratadas por dependência de fentanil — um analgésico opioide altamente viciante e que está a causar uma “epidemia” de mortes por overdose nos EUA. De acordo com dados do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), os casos ocorreram no ano passado e um já este ano. Entre estas 12 pessoas, oito usavam fentanil juntamente com outras drogas, mas as restantes quatro estavam exclusivamente viciadas nesta substância, que nos últimos anos tem vindo a ser cada vez mais prescrita pelos médicos para o controlo da dor.

O Expresso sabe que um dos casos se refere a um homem com cerca de 50 anos, sem histórico de abuso de drogas, a quem foi prescrito fentanil num hospital privado de Lisboa para alívio de uma dor lombar. Depois de algumas semanas a usar os adesivos comprados na farmácia, o doente, que não foi informado do risco de adição, chegou ao fim da embalagem sem ter uma nova receita para aviar. Entrou em “privação imediata”. “A dor que tinha não justificava o uso de fentanil. Foi-lhe prescrito à americana. Quando percebeu que estava dependente, procurou ajuda”, diz Miguel Vasconcelos, coordenador da Unidade de Desabituação do Centro das Taipas, em Lisboa. Noutro caso, o analgésico foi prescrito a um jovem com cerca de 30 anos que sofria de um problema grave de saúde, com dor intensa. “Ainda se tentou fazer a desabituação física em ambulatório, mas acabou por ter de ficar internado cerca de 10 dias”, adianta.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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