Sociedade

A falta de professores não é apenas um problema português - é um problema do tamanho do Velho Continente

18 setembro 2022 9:44

mário cruz/lusa

Escassez de professores leva países a aumentar turmas, recorrer a profissionais sem formação e até cortar nas aulas. As razões para esta crise são várias: salários, burocracias, demografia, desgaste de uma profissão

18 setembro 2022 9:44

Da Itália à Suécia, da França à Alemanha, de Portugal à Finlândia, a falta de professores é um flagelo europeu. São vários os países que enfrentam grandes dificuldades em recrutar docentes para substituir os milhares que estão a reformar-se, a abandonar a profissão ou que entram de baixa. O envelhecimento da classe, sentido um pouco por toda a Europa, acelera a erosão, e a ‘crise de vocação’ que parece estar a afetar o ensino não ajuda.

As explicações para o fenómeno são várias e diferem de sistema para sistema. Nalguns casos serão os salários baixos, noutros a burocracia, as turmas mais difíceis, as dificuldades de progressão na carreira ou ainda o desgaste profissional e a pressão dos pais. No limite, será um pouco de tudo isto que está a afastar os mais novos da carreira. “Todos estes fatores tornam a profissão mais complexa e stressante e por isso menos atrativa para os jovens, sobretudo quando veem que as condições de trabalho e os níveis de autonomia não acompanham o grau de profissionalização exigido para corresponder a todas as expectativas da sociedade”, resume Karine Tremblay, analista da divisão de políticas da OCDE e durante anos responsável pelo maior estudo internacional sobre professores (Talis).