Sociedade

A falta de professores já chegou aos colégios privados. Contratar docentes é cada vez mais complicado

15 setembro 2022 23:25

photoalto/jerome gorin

Colégios sentem cada vez mais dificuldades de contratação e estão preocupados com fuga de professores para o ensino público

15 setembro 2022 23:25

A dificuldade de recrutar professores já chegou ao ensino privado. Quando têm de contratar, os colégios assumem que são cada vez menos os candidatos a aparecer, obrigando vários estabelecimentos a aumentar a dimensão das turmas e a pagar horas extraordinárias aos docentes da casa para impedir que alunos fiquem sem aulas. Mas a solução não estica e em muitos casos os horários já estão no limite. O problema tem vindo a agravar-se com a fuga crescente de professores para o ensino público, onde a carreira é mais atrativa. “Em termos salariais, é mais aliciante lecionar no público”, admite Rodrigo Queiroz e Melo, diretor-executivo da Associa­ção de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), que não esconde a preocupação.

No início da carreira, por exemplo, os docentes das escolas públicas ganham mais €250 do que prevê a tabela remuneratória dos colegas do privado, além de contarem com maior segurança laboral, uma vez que o risco de despedimento é praticamente zero. Ainda assim, até há relativamente pouco tempo muitos preferiam lecionar em colégios, já que no ensino público tinham de esperar vários anos até entrar nos quadros e ainda mais até conseguir um lugar perto de casa. Mas neste momento a escassez de docentes é tal, sobretudo na região de Lisboa e no Algarve, que a vinculação se tornou mais rápida. Daí que cada vez mais professores dos colégios estejam a optar por se mudar para o ensino público.