Sociedade

Inflação já obriga mais de metade dos portugueses a cortar nas compras

11 agosto 2022 23:00

Joana Pereira Bastos

Joana Pereira Bastos

textos

Jornalista

Raquel Albuquerque

Raquel Albuquerque

textos

Jornalista

Ana Baião

Ana Baião

foto

Fotojornalista

Carlos Esteves

Carlos Esteves

infografias

Jornalista infográfico

Angelina Almeida e o filho trouxeram do supermercado dois sacos de compras, sem carne nem peixe, por quase 30 euros

ana baião

Inflação na alimentação chegou aos 13,9% e levou os portugueses a mudarem hábitos de consumo. Vão mais vezes ao supermercado, mas trazem menos coisas. Optam sobretudo por marcas brancas e cortam em tudo o que não é imprescindível

11 agosto 2022 23:00

Joana Pereira Bastos

Joana Pereira Bastos

textos

Jornalista

Raquel Albuquerque

Raquel Albuquerque

textos

Jornalista

Ana Baião

Ana Baião

foto

Fotojornalista

Carlos Esteves

Carlos Esteves

infografias

Jornalista infográfico

Há já alguns meses que Angelina evita ir ao supermercado e encomenda tudo pela internet. O objetivo é não cair na tentação de levar para casa algo que não é essencial. Perante a escalada de preços dos últimos seis meses, forçou-se a uma nova rotina de compras, muito mais planeada e onde só entra mesmo o necessário. Reduziu o que põe no carrinho, escolhe sempre o mais barato, quase tudo de marca branca, e só volta a fazer compras depois de esgotar o que há na despensa. Salmão e dourada já não chegam à mesa e picanha só em dias de aniversário.

“Está tudo muito mais caro. O preço de um pacote de esparguete quase duplicou e dois sacos de compras, sem carne nem peixe, chegam facilmente aos 30 euros”, lamenta Angelina Almeida, assistente social de 47 anos, que vive em Lisboa com o marido, de 52, e o filho, de 9. Antes, a família costumava fazer uma grande compra por mês, que custava entre 200 e 250 euros. Em abril, já com os preços a subir, as mesmas compras custaram-lhes quase 400 euros. “Percebemos que era insustentável. A partir daí, começámos a comprar só online, de quinze em quinze dias, e em menor quantidade. Programamos muito mais o que cozinhamos, para que não haja sobras que acabem no lixo, e só pedimos mesmo o essencial. Em vez de repormos o que acaba, vamos até ao limite do que temos. Se nos apetece massa mas já não há, não vamos comprar. Comemos arroz”, explica.