
O subsolo do Maciço Calcário Estremenho é um autêntico ‘queijo suíço’, esburacado pela água da chuva. Quando as partes ocas são inundadas à exaustão, fenómenos ímpares acontecem à superfície. Um mundo a descobrir a uma hora de Lisboa
O subsolo do Maciço Calcário Estremenho é um autêntico ‘queijo suíço’, esburacado pela água da chuva. Quando as partes ocas são inundadas à exaustão, fenómenos ímpares acontecem à superfície. Um mundo a descobrir a uma hora de Lisboa
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Depois de chuva farta durante alguns dias, as águas subterrâneas do Maciço Calcário Estremenho — Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e planaltos de Santo António e de São Mamede — extravasam à superfície. Inundam os campos entre Minde e Mira de Aire, formam cascatas em Reguengo do Fetal, nos Olhos d’Água do Alviela e na Fórnea, reavivam dezenas de nascentes adormecidas durante o estio.
Estas águas, que se alojam numa complexa rede de galerias subterrâneas, em terrenos predominantemente calcários — especialmente permeáveis —, provêm essencialmente da chuva e garantiram a grande fatia do abastecimento público de Lisboa entre 1880 e 1940. Os espeleólogos, fascinados por estas galerias, há muito tempo que as tentam mapear, mas é uma tarefa a que não se adivinha um fim. São extensas, labirínticas e a sua exploração está reservada aos muito poucos que não temem a escuridão dos seus sinuosos túneis.
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